Quantas horas por dia crianças e adolescentes podem permanecer em frente às telas? Essa é uma pergunta cada vez mais recorrente entre pais e responsáveis, que desejam prevenir possíveis prejuízos à saúde e ao bem-estar ocasionados pelo mundo digital. Para falar sobre como mediar corretamente o consumo de tecnologia na infância e adolescência, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lança nesta segunda-feira (22) um episódio especial do PedCast SBP, cujo tema é “Uso de telas por crianças e adolescentes: qual o tempo ideal?”.
Conforme avalia a especialista convidada do programa, que atua como coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Saúde na Era Digital da SBP, dra. Evelyn Eisenstein, a resposta mais adequada sobre a relação ente tecnologia e saúde é simples: quanto menos “tempo de tela”, melhor! “É importante entender que, diante de uma tela – seja assistindo a vídeos, em redes sociais ou jogando um game –, ocorre um fenômeno denominado distração passiva, ou seja, a criança não interage ativamente com o mundo ao seu redor. É óbvio que o movimento das imagens, as cores e os sons são grandes atrativos para a curiosidade infantil. No entanto, essa passividade diante do conteúdo assistido, quando em excesso, pode prejudicar o desenvolvimento”, afirma.
Segundo a pediatra, faz parte da estratégia das plataformas digitais capturar a atenção do usuário pelo máximo de tempo possível. “Há um mecanismo de recompensa estruturado para incentivar a busca de aprovação, que será medida pelo número de seguidores, likes ou outros métodos de pontuação. Crianças e adolescentes buscam satisfazer esses anseios de aprovação e pertencimento. Eles querem se sentir parte do grupo, mas têm menos ferramentas que os adultos para se protegerem e questionarem o real valor dessa validação”, pondera a dra. Evelyn.
RECOMENDAÇÃO – A orientação oficial da SBP sobre o “tempo de tela” ideal para a população pediátrica é diferente para cada faixa etária. Segundo a entidade, para crianças menores de dois anos, a recomendação é evitar por completo a exposição a telas. Já crianças com idades entre dois e cinco anos, a indicação é limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia. Entre seis e dez anos, o tempo aumenta para duas horas diárias. Para os maiores, a orientação é de três horas por dia. Esses períodos diários sempre devem ser acompanhados por um adulto.
Entre os efeitos deletérios causados pelo abuso no uso do mundo digital, estão: dificuldades de aprendizagem, atrasos no desenvolvimento, dependência virtual, irritabilidade, problemas oculares, transtornos do sono e mais. Segundo a especialista, é indispensável também refletir sobre o porquê de crianças e adolescentes buscarem tanto refúgio no mundo digital.
“Eles estão buscando atenção? Estão frustrados, abandonados ou com raiva? Querem se livrar de tarefas, como o dever de casa? Não tem atividades estimulantes em sua rotina? Temos que pensar sobre essas motivações. Mas, de modo geral, os jovens nunca devem ultrapassar o limite de quatro ou cinco horas por dia diante das telas, devido ao aumento dos riscos comportamentais”, diz.
Outro detalhe ao qual é fundamental estar atento é a classificação indicativa do conteúdo assistido. “O correto é somente consumir vídeos e desenhos animados com a indicação de livre para todos os públicos, simbolizada pelo L verde”, finaliza a pediatra.
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