Pesquisa revela que grávidas ainda acreditam em mitos da amamentação


Mais da metade das gestantes do Nordeste acredita ou não sabe que algumas crenças populares sobre o aleitamento materno são falsas. Entre as grávidas entrevistadas na região, 61% acreditam ou não sabem que é mito, por exemplo, que comer canjica aumenta a quantidade do leite. As conclusões são da pesquisa "Como vai a alimentação das gestantes brasileiras? A mãe moderna e o desafio da nutrição equilibrada", conduzida pelo Ibope Conecta para entender os hábitos alimentares e nutricionais das gestantes do País.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), não há evidências científicas que comprovem que determinados alimentos aumentem a produção de leite. “Hoje sabemos que, o que realmente ‘aumenta’ a produção do leite humano, é uma técnica correta de amamentação, com uma boa pega da mama pelo bebê e um bom esvaziamento do peito ao final da mamada”, explica o presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, dr. Luciano Borges Santiago.

Ele ressalta ainda que a utilização de determinados alimentos para o aumento da produção do leite humano é um mito e acaba por desviar a atenção das mães do que realmente precisa ser incentivado para a solução da baixa produção. “Isto é, as orientações oferecidas pelo pediatra de como amamentar adequadamente”, observa o especialista.

A pesquisa também aponta que 45,7% das gestantes entrevistadas no Nordeste acreditam ou se questionam sobre a influência da cerveja preta na amamentação. “A ingestão de bebidas alcoólicas durante a gravidez deve ser suspendida para prevenir o parto prematuro e a síndrome fetal”, adverte dr. Luciano Borges.

SUPLEMENTAÇÃO – O estudo concluiu ainda que 88% das grávidas entrevistadas desconhecem a importância da suplementação vitamínica para suprir as necessidades do corpo durante a gestação. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as grávidas adotem a suplementação diária de ácido fólico e de ferro.

O primeiro atua no desenvolvimento placentário e na formação do tubo neural do bebê, prevenindo possíveis malformações, como coluna aberta e anencefalia. Já o ferro contribui para a produção de hemoglobinas e proteínas responsáveis pelo suprimento de oxigênio do organismo, além de auxiliar na prevenção da anemia na mãe e no bebê. A demanda pelo mineral crescerá cinco vezes do início ao fim da gestação.

“É extremamente importante que a gestante mantenha uma alimentação saudável durante a gravidez, uma vez que há o aumento do gasto de energia para a produção do leite e um incremento na intensidade da atividade fisiológica e necessidades nutricionais para o desenvolvimento da criança”, finaliza dr. Luciano.

*Com informações do Portal O Dia