O Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) – criado como um Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) – comemora bons resultados em seu Programa de Transplante de Intervivos. O serviço, que já existe há 15 anos, realiza, em médica, de quatro a cinco transplantes desse tipo por ano. “No momento, o Programa está em expansão”, afirma a dra. Sandra Vieira, secretária do Departamento Científico de Hepatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Chefe da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica do Serviço de Pediatria do HCPA.
O procedimento tem sido realizado na unidade pioneira na realização de transplante hepático infantil no Estado tanto com doador falecido quanto com doador vivo. Com 22 anos de experiência na área, o Hospital já realizou 184 transplantes hepáticos infantis, sendo sete deles doações de pai para filho.
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SERVIÇOS - Para a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o trabalho conduzido é um exemplo dos bons serviços que a população brasileira pode obter junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). “A equipe do Hospital das Clínicas está de parabéns, em especial para sua atuação na área de transplantes, ajudando crianças, adolescentes e suas famílias a terem esperança de saúde e de dias melhores”, pontuou. O Hospital atua junto à Liga de Transplantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (LITROS-UFRGS) e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) participando de campanhas regulares em prol da doação de órgãos tanto com a comunidade interna do hospital quanto fora dele.
COMO FUNCIONA – O funcionamento desse Programa é diferente do de transplantes de órgãos de doares falecidos, pois não há uma lista específica. Segundo a médica, primeiro o candidato a transplante hepático é encaminhado para um centro transplantador e, havendo disponibilidade voluntária de doação de intervivos, este é avaliado. Se o grupo sanguíneo for compatível, o paciente é encaminhado para a avaliação clínica, realizada pela medicina interna em serviço independente da equipe transplantadora; avaliação social; psicológica e há um contato com suporte de um ex-doador vivo.
“Uma vez que estas avaliações são finalizadas, o doador poderá ser considerado apto à doação, inapto temporariamente ou definitivamente. Dada a complexidade dessa cirurgia, obrigatoriamente os pacientes receptores deverão ser colocados em lista para doador falecido. Havendo uma oferta adequada, o doador vivo é poupado”, explica dra. Sandra.
O tempo médio de espera em lista para quem tem doador intervivos é de três semanas. Caso haja a indicação de hepatite fulminante, o tempo é de 6 a 12 horas. Os pacientes do Rio Grande do Sul (RS) têm acesso ao Programa via Secretaria de Saúde com espera de, no máximo, 15 dias para marcação da primeira consulta. Já os pacientes de fora do Estado, são encaminhados via tratamento fora de domicílio.
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