A presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra Luciana Rodrigues Silva (foto), defendeu a importância da vacinação da população infantil em reportagem publicada em 6 de setembro no jornal O Estado de S. Paulo. “O desenvolvimento das vacinas, no século 20, foi um dos grandes avanços da medicina, junto com antibióticos. Elas são de extrema importância para todos e trazem benefícios não só para a criança vacinada, mas para todos que entram em contato com ela”, ressaltou.
Durante sua entrevista, a representante dos pediatras brasileiros explicou, ainda, que para a saúde pública, as vacinas que integram calendário específico são plenamente justificáveis e devem ser dadas a todas as crianças, a não ser que exista uma recomendação médica específica para não fazê-lo.
Ela rechaça um dos principais argumentos do movimento antivacina: a ocorrência de efeitos colaterais das vacinas. Segundo dra Luciana, “não existe trabalho científico com evidência suficiente para provar que o autismo, por exemplo, possa ser causado por vacinas. E os sintomas mais brandos, como febre, não justificam a não vacinação de uma criança, uma vez que isso pode facilitar o surgimento de surtos ou endemias já erradicadas no Brasil, mas ainda presentes em outros países”.
O Programa Nacional de Vacinação foi instituído no Brasil em 1976. Desde então, responde pela oferta gratuita de doses pela rede pública. O Ministério da Saúde aplica hoje 11 vacinas essenciais em cerca de 95% das crianças até nove anos. Graças a esse esforço, o País já erradicou a poliomielite e o sarampo.
Outro ponto defendido pela presidente da SBP é a realização de uma campanha de esclarecimento, por meio dos Ministérios da Saúde e da Educação, junto às escolas para explicar aos pais e responsáveis a importância da vacinação para o bem estar infantil. Apesar da obrigatoriedade, não existem sanções legais contra pais que se recusam a vacinarem seus filhos. O médico, entretanto, pode acionar o Conselho Tutelar caso os pais de um paciente se recusem a vaciná-lo.
Na reportagem de O Estado de S. Paulo, destaca-se o ato de vacinar como uma das formas mais efetivas e de menor custo para reduzir a mortalidade infantil, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, Europa, Estados Unidos e, aos poucos, Brasil, precisam lidar com uma pedra no sapato: pais que se recusam a vacinar as crianças. A escolha, aparentemente individual, afeta todo mundo: a lógica da vacina é que imunizar uma população impede que o vírus se propague. Portanto, quanto mais pessoas vulneráveis, mais chances o agente invasor tem de causar doenças.
MOVIMENTO ANTIVACINA - Conforme o médico Guido Levi, ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, escreve no livro Recusa de Vacinas: causas e consequências, entre as ações pregadas pelo movimento antivacina estão retardar o início da vacinação até que o sistema imune esteja mais maduro, separar as vacinas para absorver o remédio isoladamente (não em uma única dose) e aumentar o tempo entre as imunizações.
Mas se antes o movimento antivacina era encampado por religiosos ou conspiradores contra a indústria farmacêutica, hoje ele está cada vez mais “natureba”. O esforço agora também é contra a “artificialidade” da vacina, que desregularia o sistema imunológico da criança a partir de um remédio não natural (na verdade, a vacina é feita com agentes encontrados na natureza).
“Isso é um mito. O sistema imunológico é capaz e deve ser estimulado com a vacina para proteger a criança. Só porque a doença não existe mais no país você não vai vacinar? Ainda há doenças que existem em outros países, como a pólio ou o sarampo”, diz Carla Domingues, coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Para ler a reportagem completa, acesse: http://emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,conheca-a-origem-do-movimento-antivacina,10000074329
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