PRN-SBP atualiza manual de reanimação neonatal para parteiras tradicionais

Entre 2017 e 2021, cerca de 75 mil bebês nasceram em domicílio ou em aldeias indígenas nas regiões Norte e Nordeste, segundo dados do Ministério da Saúde.  Por isso, com o objetivo de reduzir a mortalidade neonatal, o Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP) lançou, durante o 26º Congresso Brasileiro de Perinatologia, um manual atualizado sobre os cuidados do neonato ao nascer, no transporte e na estabilização imediata após a reanimação.  O documento é voltado para todos os profissionais responsáveis por esse atendimento, entre eles as parteiras tradicionais.

As parteiras estão presentes, especialmente, nas zonas rurais, ribeirinhas e lugares distantes dos centros urbanos nos quais o sistema de saúde não está estruturado para o parto hospitalar. “O treinamento para este grupo visa oferecer às pessoas presentes na hora do parto as habilidades para reduzir essas mortes. Ao nascimento, cerca de dois bebês em cada 10 não choram ou não respiram”, explicam as pediatras responsáveis pelo manual.

O documento foi produzido pelos membros do Grupo Executivo do PRN-SBP, composto pelas dras. Rossiclei Pinheiro, Marynéa do Vale, Marcela Castro e Márcia Machado; e sob a coordenação geral das dras. Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg. No texto, são abordados temas como “Qual material precisa estar preparado antes do bebê nascer?”; “Quem pode ajudar a parteira no nascimento do bebê?”: “O que fazer assim que o bebê nasce?”: “O que é reanimação neonatal?”: “Como avaliar se o bebê está bem ou precisa de ajuda?”; e mais.

Esta ação está diretamente ligada aos 17 “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável” (ODS), propostos pela Organização da Nações Unidas (ONU), em 2015. Em relação à saúde, as ações incluem eliminar as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos, reduzindo a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por mil nascidos vivos, até 2030.