O Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP) promoveu em maio a terceira edição do Curso de Formação de Instrutores em Transporte do Recém-nascido de Alto Risco. A atividade de recertificação (com validade até março de 2029) alcançou 68 coordenadores estaduais e membros do grupo executivo do PRN-SBP como instrutores desta modalidade, para que repliquem todas as técnicas e conhecimentos teóricos aos outros instrutores em seus estados.

“O que vocês fazem é multiplicar segurança, multiplicar mitigação de sofrimento. Multiplicar vidas que podem ser salvas e diminuir as sequelas. É isso que vocês fazem quando se aperfeiçoam num ambiente como esse. E levam, por meio dessa capilaridade, para todos os seus estados e municípios”, disse o presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, aos participantes do curso.

As aulas aconteceram na sede da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) sob a coordenação do dr. Sérgio Marba. Ele explica que o atual modelo do curso visa avançar em alguns conceitos. “O primeiro deles é a regionalização, organizando o sistema de forma hierárquica, a partir da atividade primária, secundária e terciária. O transporte neonatal é sempre para você pegar uma criança de uma região primária ou secundária e levar à terciária”, explica.

Segundo ele, o conceito de organização do país está sendo discutido para que se obtenha centros de referência. “Não pode todo mundo fazer a mesma coisa. Há profissionais que fazem a parte primária, outros a secundária e tem gente que faz a terciária. No Brasil, isso não é muito organizado ainda. Países que conseguiram uma maior redução da mortalidade neonatal, avançaram nisso. Estamos no processo, pois já existe muita coisa feita aqui, mas precisamos aprimorar”, observa.

As coordenadoras do PRN-SBP, dras. Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg, salientam que foram feitos ajustes nas últimas diretrizes do Transporte de Alto Risco, divulgadas em 2018. “Tudo em medicina se modifica e nós buscamos fazer as práticas baseadas nas melhores evidências disponíveis, sempre observando o que deu e o que não deu certo. Muitas novidades foram divulgadas sobre os cuidados clínicos na transição do nascimento. Então, essa nova edição traz mudanças no cuidado clínico da criança e à priorização de mensagens que devem ser ensinadas para que haja um transporte seguro do recém-nascido”, destacam.

Outra novidade é a incorporação de novos equipamentos desenvolvidos ao longo desses seis anos, desde a última atualização, em 2018. “Trouxemos o uso do CPAP, que é uma maneira de ventilar a criança sem a necessidade de intubação. Estamos fazendo também um módulo grande dentro do curso de transporte, o qual chamamos de estabilização do recém-nascido. Esse módulo consiste em repassar à unidade de atendimento que chamou o transporte tudo o que os profissionais podem fazer até a chegada da ambulância” evidencia.

NOVO MANUAL – Durante as atividades do 9º Simpósio Internacional de Reanimação Neonatal, aconteceu ainda o lançamento da terceira edição do livro “Transporte Neonatal do Recém-Nascido de Alto Risco: Diretrizes da SBP”. A nova edição traz a renovação das atividades “hands-on”, durante as aulas práticas. Também foi lançado um folder de bolso com várias tabelas e figuras com informações práticas utilizadas no transporte.  

No ciclo atual, há ênfase no conceito de que é fundamental que o transporte neonatal esteja integrado a um sistema regionalizado e hierarquizado de saúde perinatal, cuja meta principal é a de que gestantes e recém-nascidos sejam atendidos em unidades hospitalares que supram as suas necessidades de tratamento, de acordo com a complexidade exigida. Para adquirir o novo manual, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou (11) 3068-8595.