Cerca de 130 pessoas participaram do I Simpósio Matogrossense de Emergências Pediátricas, realizado pelas Ligas Acadêmicas de Pediatria (LAPED), de Cirurgia Geral (LCG) e de Ortopedia (LAORT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com o apoio da Sociedade Matogrossense de Pediatria (Somape). O evento, realizado no último sábado (15), teve como objetivo compartilhar com docentes e discentes dos cursos de medicina e programas de residência médica do estado de Mato Grosso temas importantes de urgência e emergência pediátricas, comuns na prática clínica em unidades de pronto atendimento, contudo pouco abordados durante a formação acadêmica.
“Queremos ampliar os conceitos aprendidos, discutir temas de grande relevância na prática médica, tanto para médicos recém-formados quanto para médicos residentes e especialistas, e promover o interesse dos acadêmicos pela especialidade”, destaca o presidente da Somape, dr. Mohamed Kassen Omais.
Segundo ele, na prática diária dos médicos, seja no pronto atendimento ou ambulatorialmente, o atendimento de crianças que necessitam de intervenção imediata não é incomum. “Logo, é importante que o profissional esteja apto a reconhecer precocemente estas situações e orientar e instituir a terapêutica adequada, minimizando complicações e melhorando o prognóstico da criança”, observa.
Dr. Mohamed frisa que a urgência e emergência pediátricas são pouco abordadas nos cursos de graduação em medicina. Além disso, muitos médicos recém-formados têm como primeiro campo de trabalho as unidades de pronto atendimento, onde se deparam frequentemente com o atendimento pediátrico.
CONQUISTA – Nos Estados Unidos, estima-se que 40% das admissões hospitalares de pacientes pediátricos ocorram através dos serviços de emergência. No Brasil, segundo o portal do Ministério da Saúde, foram recebidas mais de 300 mil chamadas de pacientes com alguma urgência entre janeiro de 2016 e março de 2015. Porém, apesar da demanda crescente, o surgimento da especialidade de emergência é muito recente na maioria dos países, com história de crescimento e reconhecimento lentos.
Em meados de 2015, 20 escolas médicas e hospitais de ensino brasileiros reuniram-se com a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e apresentaram propostas de programas de Residência em Emergência Adulto (três anos) e Área de Atuação em Emergência Pediátrica (um ano), com detalhado conteúdo programático, assim como, uma relação de habilidades e competências a serem adquiridas até a conclusão do treinamento.
Assim, foi homologado o pedido de credenciamento de 22 programas de residência propostos por essas entidades. A partir de então, a especialidade e a área de atuação acabaram reconhecidas pelo conselho científico da Associação Médica Brasileira (AMB), em agosto de 2015, e formalmente homologadas com publicação da resolução 2.149/2016, do Conselho Federal de Medicina (CFM).
“Sendo assim, é de grande importância para profissionais de saúde estarem atentos a esses temas e como deve ser realizada a abordagem e realização das práticas destes”, finaliza dr. Mohamed.
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