O ano de 2019 foi um importante marco para o futuro da pediatria brasileira. Foi neste ano que entrou em vigor a obrigatoriedade para que todos os programas de residência em Pediatria passem a durar três anos. Para a dra. Ana Zollner, coordenadora de Residência e Estágios em Pediatria da SBP, a partir de agora será possível perceber na prática o que os programas pilotos já haviam apontado na teoria, mas não era claro por falta de exercício do processo. O tema foi debatido nesta quinta-feira (10), durante as atividades do 39º Congresso Brasileiro de Pediatria
Para ela no nível educacional atual, três anos é o melhor que se pode oferecer para os residentes. “Até o momento, a resposta tem sido positiva, tanto que as instituições que já concluíram os residentes com este novo período estão formando jovens que desejam permanecer na especialidade, não buscam nenhuma outra área de atuação”, pontuou.
A dra. Rosana Leite de Melo, secretária executiva da Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, destacou que cabe a cada programa e instituição se adaptar às novas regras, que passam a ser baseadas em matriz de competência. “Estávamos preocupados que o fato de aumentar para três anos pudesse reduzir o número de vagas ofertadas por ano. Isto, no entanto, não ocorreu porque houve um equilíbrio”, afirmou. Segundo ela, atualmente existem cerca de 1.400 vagas autorizadas para cada ano no Brasil.
JOVENS ENGAJADOS – Para a atual diretoria da SBP, trabalhar com a questão da residência médica é uma das prioridades. “Estamos recebendo total apoio de nossa presidente e temos feito grande esforço para aprimorar a residência no Brasil. Também estamos contando com a participação de todos os estados, o que nos dá a certeza de que teremos grandes pediatras no futuro”, destacou a dra. Ana Zollner.
Dentro desta projeção futura, o auditório em que o tema foi discutido contou com a presença de entusiasmados residentes de diversos estados, que elogiaram e comemoram o avanço. Lucas de Brito Costa, R1 de Pediatria da Universidade de Santo Amaro (UNISA), em São Paulo, considera importante a inserção dos residentes nas discussões do novo currículo de forma ativa. Para ele, isto é fundamental para que os futuros médicos possam alcançar o que hoje almejam: “a formação de pediatras humanizados, engajados socialmente e dominando conhecimentos técnicos”.
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