Representante da SBP destaca importância da inovação tecnológica na assistência, durante a pandemia de Covid-19

A integrante do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Normeide Pedreira dos Santos, participou do webinar “Iniciativas de tecnologia para combate à Covid-19”, promovido por uma empresa portuguesa especializada em engenharia de software, na última sexta-feira (8).

A apresentação teve como intuito debater a utilização de recursos tecnológicos que contribuem com respostas rápidas e coordenadas para a assistência dos pacientes durante a pandemia. Na ocasião, a especialista da SBP descreveu alguns dos principais problemas encontrados pelos médicos na atual crise e discutiu soluções já empreendidas pelos serviços de saúde do Brasil.

SAÚDE MENTAL – De acordo com a dra. Normeide Pedreira, a falta de testes, leitos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são desafios enormes. No entanto, há outras questões de suma importância relacionadas à saúde mental dos pacientes e dos profissionais de saúde, que também devem ser observadas.

“O estresse ocasionado por fatores já conhecidos, como trabalho exaustivo e estrutura inadequada dos hospitais, tem sido amplificado por causa do constante medo de infecção, das sucessivas mortes de colegas de profissão e da solidão humana, resultado do distanciamento social mantido em relação à própria família. É uma situação limite, mas penso que a tecnologia pode nos auxiliar”, afirmou.

Segundo a pediatra, a tecnologia pode ser utilizada para superar ao menos alguns desses abalos psicológicos. Na avaliação da especialista, uma medida relevante é o desenvolvimento de instrumentos de comunicação – devidamente protocolados pelos serviços hospitalares – para aproximar o paciente doente de sua família e as famílias da equipe responsável pela assistência.

ATENDIMENTO À DISTÂNCIA – Segundo a pediatra, em função das inéditas mudanças impostas pela Covid-19, os especialistas devem buscar alternativas inovadoras para a condução clínica e o bem-estar do paciente. “Aspectos relacionados às tecnologias de informação, como prontuários eletrônicos e autoavaliação em tempo real, também estão sendo implementados em alguns hospitais do nosso País e podem constituir um novo caminho para humanizar o cuidado”, frisou.

Outra ação destacada pela dra. Normeide foi o Tele Coronavírus, idealizado pelo Governo da Bahia, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Fiocruz, com adesão das quatro universidades estaduais baianas (Uefs, Uneb, Uesc e Uesb). A iniciativa consiste num canal de teleatendimento, em que estudantes do quinto e sexto ano de Medicina, supervisionados por médicos, orientam a população à distância.

“A intenção desse projeto é evitar a circulação de pessoas que, num primeiro momento, não precisam de atendimento em unidades de saúde. Isso ajuda a diminuir os índices de transmissão entre a população, uma vez que os centro hospitalares são focos de contaminação”, afirmou a pediatra.

Na oportunidade, foram abordadas ainda algumas experiências na área de saúde e inovação tecnológica já em vigor na Europa, como o atendimento remoto de pacientes infectados pelo novo coronavírus, com sintomas leves e em regime de quarentena doméstica.