Representante da SBP faz alerta sobre a importância da prevenção ao tabagismo em artigo publicado na Folha de São Paulo

Mais de 7 milhões de pessoas morrem todo o ano em decorrência do tabaco, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse total, é também significativo o número de fumantes passivos que são vítimas fatais do cigarro. Um dos maiores problemas relacionados ao tema é a alto risco do aparecimento de doenças cardiácas entre os usuários de fumo.

Além dos problemas relacionados ao coração, o tabaco está relacionado a uma infinidade de doenças pulmonares, como enfisema, e cânceres, como de pulmão, boca, língua e estômago. Por isso, os governos e as entidades médicas e de promoção da saúde, têm desenvolvido campanhas para estimular o abandono do tabaco.

Como parte desse esforço, dr João Paulo Becker Lotufo, representante da Sociedade Brasileira de Pediatria nas ações de combate ao álcool, tabaco e drogas, publicou artigo no jornal Folha de São Paulo, em 31 de maio, data mundial dedicada à prevenção ao tabagismo. No texto “Desafios do tabagismo para os professores e a família”, ele aponta os avanços que o Brasil alcançou, como a queda expressiva no percentual de fumantes (de 30% para 10% nos últimos 35 anos, segundo o Institute Health for Metrics and Evaluation).

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No entanto, alerta para novas batalhas. Segundo conta, levantamento da Universidade de São Paulo (USP) com 6.500 estudantes que vivem no seu entorno revelou que a abordagem do tema e o diálogo na família sobre drogas lícitas, incluindo também o álcool, podem reduzir ou adiar em 50% as chances de experimentação entre os jovens. Outro dado bastante elucidativo sobre a evolução do vício em cigarro é que a primeira experiência do adolescente geralmente acontece na faixa etária entre os 11 e 15 anos de idade.

“Por isso, a batalha deve ser a da prevenção, pois quem começa a fumar antes dos 21 anos de idade, quando o cérebro ainda está em formação, terá um nível de dependência muito maior. Outra dado que reforça a urgência da prevenção é que o jovem não se preocupa com o vício. Em geral, ele só vai se sensibilizar para os riscos que o cigarro provoca à sua saúde e buscar algum tipo de terapia depois dos 40 anos. Esse é mais um motivo pelo qual a estratégia mais assertiva é prevenir o fumo”, disse.

Dr João Paulo Lotufo ressaltou ainda que a Sociedade Brasileira de Pediatria está muito mobilizada e consciente quanto aos riscos da iniciação ao vício ainda na infância. “A entidade faz um trabalho de conscientização porque o tabagismo é uma doença pediátrica séria, que precisa ser abordada durante as consultas com as famílias”, lembrou para em seguida ressaltar que a forma mais eficaz de a população se proteger contra o cigarro e suas novas versões, como cigarro eletrônico e vaporizadores, é por meio de campanhas de conscientização.