Manifestação de maior prevalência entre todas as doenças crônicas respiratórias da infância e adolescência, a rinite foi o tema do encontro virtual, promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com patrocínio da Mylan e apoio da Manole Educação, na última terça-feira (7). O evento, transmitido por meio de plataforma gratuita e exclusiva para associados, congregou centenas de espectadores e atualizou os conhecimentos técnicos dos pediatras com base nas evidências científicas mais recentes sobre o tema.
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O chefe da Unidade de Alergia e Imunologia Pediátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), dr. Antônio Carlos Pastorino, iniciou as explanações científicas destacando os motivos pelos quais a rinite alérgica não é considerada uma doença trivial, a despeito de acometer aproximadamente de 20% a 30% da população mundial.
“Essa patologia corresponde a um grande grupo de doenças que acometem a via aérea superior, com sinais e sintomas decorrentes de inflamação da mucosa nasal. A etiologia é variada e, de modo geral, a doença está classificada em três grandes fenótipos: rinites alérgicas, infecciosas e não alérgicas. No entanto, em grande parte das vezes, as características fenotípicas e endotípicas estão sobrepostas”, afirmou.
Segundo salientou o especialista, o diagnóstico do problema deriva basicamente da avaliação clínica. Entre as manifestações típicas, constam: rinorréia aquosa, espirros em salvas, obstrução nasal com piora à noite, prurido nasal e sintomas oculares. Também ocorrem em menor escala distúrbios do sono, asma, rinossinusite de repetição e outros sintomas atípicos.
Na sequência, o professor adjunto de Pediatria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), dr. Fábio Kuschiner, comentou aspectos sistêmicos da rinite alérgica, com ênfase na associação entre a doença e outras comorbidades. De acordo com o pediatra, a correspondência mais comum acontece com a asma, sendo que na maioria dos casos a rinite é um fator determinante para maior gravidade e dificuldade de controle da doença.
“As vias aéreas superiores e inferiores estão intimamente relacionadas. Ao que parece, o que ocorre no nariz e seios paranasais impacta os pulmões. Desse modo, se torna imperativo o manejo adequado de ambas as vias, num cuidado combinado do paciente, a fim de alcançarmos um prognóstico mais favorável em termos de eficácia e segurança”, pontuou.
Na ocasião, o especialista ressaltou ainda a importância de os médicos não subestimarem a correlação da rinite alérgica com dermatite atópica, síndrome de apneia- hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS), conjuntivite e quaisquer outros acometimentos das vias nasais e auditivas, como otite e sinusite.
Finalizando os debates, o professor adjunto de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), dr. Gustavo Wandalsen, abordou o tema “rinite alérgica local: um novo fenótipo”, expondo o perfil dessa manifestação alérgica centrada na mucosa nasal, baseado em pesquisas internacionais.
“Em termos de prevalência e sintomas, a rinite alérgica local é bastante semelhante às outras formas. Entretanto, um dado curioso, sobretudo para os pediatras, é que ela costuma se manifestar desde a infância, em oposição à rinite alérgica clássica, e tem manifestação persistente, comprometendo de forma considerável a qualidade de vida dos pacientes. Para diagnóstico preciso é fundamental a aplicação de testes de provocação nasal específicos”, frisou o médico.
Após o encerramento das apresentações, o diretor dos Departamentos Científicos da SBP e responsável pela mediação do evento, dr. Dirceu Solé, convidou os especialistas a responderem as diferentes dúvidas enviadas pelos espectadores da live. Os três palestrantes, que integram o Departamento Científico de Alergia da SBP, esclareceram aspectos sobre diagnóstico em recém-nascidos e crianças pequenas, acúmulo de secreção nasal como fator de risco para a COVID-19, possibilidade de “asma local”, entre outras.
No próximo dia 15 de julho, a SBP promoverá uma segunda live sobre rinite na criança e no adolescente, com foco particularizado na avaliação, aplicação de instrumentos de monitoramento e tratamento da doença. Para mais informações, acesse a plataforma de lives da SBP.
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