Saped intensifica capacitação de profissionais de saúde nos cursos do Programa de Reanimação Neonatal

Com o objetivo de reduzir as taxas de mortalidade neonatal no Amazonas, a Sociedade Amazonense de Pediatra (Saped) tem investido fortemente na capacitação de médicos e profissionais de saúde do Estado. Desde fevereiro, já foram treinados mais de 360 profissionais de saúde, entre médicos, residentes de pediatria, enfermeiros e técnicos de enfermagem nos cursos do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

De acordo a presidente da Saped, dra. Elena Marta Amaral, a taxa de mortalidade neonatal aumentou no Estado nos últimos três anos e, por meio do treinamento atualizado desses profissionais, a instituição deseja contribuir para a redução desse número. “O município de Manaus conta com dois milhões de habitantes e 38 mil nascimentos anuais e, nos últimos três anos houve um aumento na taxa de mortalidade infantil”, diz.

Segundo dados do Sistema de Informação de Morte (SIM), em 2016, a taxa na capital era de 12,78 mortes para cada grupo de mil nascidos vivos. Em 2017, foi para 14,52 e, em 2018, para 13,88. “Queremos que em 2019 esse número abaixe novamente”, acrescentou a dra. Elena. 

Conforme explica a pediatra, a mortalidade neonatal é responsável por aproximadamente 60% destes óbitos. “Situações de asfixia perinatal são extremamente recorrentes. Nesses casos, é imprescindível a qualificação fornecida pelo PRN-SBP, pois habilita o profissional a agir dentro do chamado ‘Minuto de Ouro’, que são os primeiros sessenta segundos na vida do ser humano. Se ocorrer da criança ficar por mais tempo sem oxigênio, ele pode ter pequenas deficiências no aprendizado escolar até sequelas neurológicas graves ou mesmo a morte”, enfatiza. 

Um estudo feito pelo Programa de Reanimação Neonatal mostrou que, entre 2005 e 2010 no Brasil, ocorreram de cinco a seis mortes precoces por dia de neonatos que pesavam 2.500g ou mais sem anomalias congênitas por causas associadas à falta de oxigênio no cérebro no momento do nascimento.

QUALIFICAÇÕES – Nos últimos dois meses foram realizados diversos treinamentos no Estado.  No dia 10 de agosto, foram treinados 35 enfermeiros e quatro médicos no curso de Reanimação Neonatal para recém-nascidos com idade gestacional igual ou superior a 34 semanas, na cidade de Manacapuru, região metropolitana de Manaus. 

Já nos dias 4 e 5 de outubro, foram capacitados 18 enfermeiros do Serviço de Enfermagem e Gestão em Saúde do Amazonas (Segeam), no curso de reanimação com 34 semanais ou mais. Desde agosto, foram capacitados 220 enfermeiros da instituição com o objetivo de manter a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais que atuam nas maternidades públicas de Manaus. 

Por fim, no dia 22 de outubro foram treinados 19 residentes de pediatria e neonatologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal do Amazonas e do Instituto de Medicina Tropical (IMT) no curso de Transporte do Recém-nascido de Alto Risco. Anteriormente, 40 alunos deste grupo já haviam sido capacitados nos cursos de reanimação para recém-nascidos maiores e menores que 34 semanas.

As capacitações foram realizadas pela equipe de pediatras instrutores no Estado, coordenada pelas dras. Briza Rego (coordenadora estadual do PRN) e Nádia Figueiredo (coordenadora adjunta do PRN no Estado) e Ana Paula Borborema, responsável pela organização dos cursos com os residentes de pediatria. 

BALANÇO – De acordo com dados do início de outubro, desde 2016, o PRN já realizou mais de quatro mil cursos em todo o País e capacitou mais de 39 mil profissionais. Somente em 2019 já foram mais de 800 cursos e de sete mil profissionais habilitados nos cinco cursos do Programa. Para saber mais, acesse: http://www.sbp.com.br/especiais/reanimacao-neonatal/