A Associação Médica Brasileira (AMB) junto a entidades médicas lançou na última sexta-feira (9) documento com recomendações acerca da triagem, durante a pandemia, de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A iniciativa foi elogiada pela pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que a considera primordial para a segurança dos médicos, especialmente aqueles que atuam na linha de frente contra a covid-19.
Para a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, este documento norteará e ajudará muito os profissionais de saúde, que têm tido que lidar com situações nas quais não há leitos de UTI para todos os pacientes. Para a construção do documento, foram consultadas as opiniões de advogados, membros do judiciário, e bioeticistas com o objetivo de buscar uma maior legitimidade tanto normativa quanto técnica.
“É extremamente relevante este documento para o período crítico que estamos vivendo na pandemia. Esse guia dará mais segurança na tomada de decisão dos profissionais, sobre como devem conduzir em situações delicadas, pois foi construído com base em protocolos internacionais e nacionais, além de princípios éticos que norteiam a Medicina”, diz a pediatra.
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RECOMENDAÇÕES – Conforme explica o documento, as recomendações foram desenvolvidas para serem seguidas em momentos de crise, quando mesmo as medidas de contingência estão sendo insuficientes para acomodar o aumento da demanda de recursos que estão se esgotando.
“O protocolo contribui com a aplicação da resolução em momentos críticos da pandemia ao oferecer critérios para a avaliação de probabilidade de recuperação, aliviando o profissional da linha de frente do peso emocional e moral dessa árdua tarefa e favorecendo uma maior consistência das decisões tomadas nos diversos contextos de atendimento”, diz o documento.
No modelo de triagem, a idade do paciente não é critério de escolha, mas deve-se levar em conta a gravidade do quadro agudo que ele apresenta; dados sobre a presença de doenças avançadas e dados relativos à funcionalidade (ou estado de saúde física) dos pacientes.
No texto, a AMB reforça a importância da união de todos para a redução da transmissão da doença para que não haja colapso no sistema de saúde e os pacientes possam ter acesso aos tratamentos que precisam sem necessidade de escolha.
“Estamos defendendo a condução de processos de alocação de recursos que sejam transparentes e não discriminatórios, que protejam os profissionais da saúde do peso moral e jurídico de decisões tão penosas e que acima de tudo nos permitam continuar cumprindo nossa principal missão: a de salvar o maior número possível de vidas”.
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