A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar o documento científico “Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade (PAC) não complicadas”, que tem como objetivo atualizar as informações sobre o assunto. Elaborado pelo Departamento Científico de Pneumologia Pediátrica da entidade, o material destaca a importância dos cuidados em relação a essa doença, já que ainda é a causa mais comum de morbidade e mortalidade em bebês e crianças menores de cinco anos em todo o mundo. O termo PAC refere-se à pneumonia que ocorre em crianças não hospitalizadas no último mês, portanto não colonizadas por germes hospitalares e, sim, por aqueles provenientes do meio domiciliar, escolar e comunitário.
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O texto frisa que medidas preventivas, como as vacinas conjugadas contra Haemophilus influenza tipo B e pneumococo; e estratégias de manejo, como as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Manejo Integrado de Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), causaram um declínio constante na incidência e na mortalidade por pneumonia. Porém, no Brasil, em 2017 registrou-se mais de 1,1 milhão de internações hospitalares em crianças menores de cinco anos, e foi a causa mais frequente de doença respiratória na hospitalização (31,5%), complicações perinatais (23,5%) e doenças infecciosas/parasitarias (14,7%).
Os especialistas destacam que os agentes etiológicos que causam pneumonia variam conforme idade, doenças subjacentes, maturidade, condição do sistema imunológico e estações do ano (sazonalidade). Porém, a partir de estudos, identificou-se que os vírus respiratórios têm sido cada vez mais implicados na etiologia da PAC na infância, juntamente com o reconhecimento de que as infecções virais foram mais frequentes do que as bacterianas, mesmo em países em desenvolvimento.
DIAGNÓSTICO - Segundo o artigo, o diagnóstico da PAC é eminentemente clínico, e o quadro é variado e inespecífico. Por isso, devem ser considerados diversos fatores, sendo os principais: agentes etiológicos; idade da criança; tamanho do inóculo; resposta imunológica do indivíduo; febre de início agudo; taquipneia; e tosse.
O documento enfatiza que a avaliação laboratorial de crianças com PAC deve, preferencialmente, não ser invasiva. Dessa forma, a recomendação é que os exames laboratoriais sejam aplicados a pacientes internados, isto é, com PAC grave, não necessariamente complicada. Os testes diagnósticos destacados no texto são: hemograma; provas de atividade inflamatória; hemocultura; pesquisa viral; sorologia; e radiografia de tórax.
TRATAMENTO – O artigo frisa, ainda, que a abordagem das pneumonias comunitárias não complicadas demanda uma reflexão sistematizada da conduta para, assim, organizar o atendimento do pediatra. O texto ressalta a importância de alguns pontos, como: valorizar os critérios diagnósticos discutidos; excluir os diagnósticos diferenciais; pensar nos fatores de risco para quadros de evolução desfavorável; iniciar imediatamente o tratamento com antibiótico ao nível domiciliar ou hospitalar; garantir consulta de reavaliação após 48 a 72h do início do tratamento ou a qualquer momento, caso haja piora clínica para toda criança em tratamento domiciliar; incentivar a prevenção; dentre outros fatores.
Em relação à prevenção, as principais medidas, de acordo com o documento, são: aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida; eliminação do tabagismo passivo; orientação quanto à higiene; e vacinação contra agentes importantes, como o pneumococo e o vírus da influenza.
O DC de Pneumologia da SBP é composto pelos especialistas: dra. Maria de Fátima Bazhuni Pombo Sant’Anna; dra. Regina Terse Trindade Ramos; dr. Carlos Antonio Riedi; dr. Cássio da Cunha Ibiapina; dra. Débora Carla Chong e Silva; dr. Gilvan da Cruz Barbosa Araujo; dr. José Dirceu Ribeiro; e dra. Patricia Gomes de Matos Bezerra.
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