A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar uma atualização do Calendário de Vacinação 2022. A grande novidade no material é a inclusão da vacina contra covid-19 para crianças a partir dos 6 meses de idade. O documento, elaborado pelos Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia da entidade, traz orientações atualizadas para médicos, profissionais de saúde e população em geral a respeito da aplicação de vacinas em crianças e adolescentes hígidos, do nascimento até os 19 anos de idade.

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No texto, os especialistas destacam que as diferentes vacinas contra covid-19 licenciadas no País devem ser administradas em crianças e adolescentes no esquema primário de duas doses, com recomendações de dose de reforço quatro meses após a segunda dose, dependendo da idade e do tipo de vacina utilizada. O presidente do Departamento Científico de Imunizações, dr. Renato Kfouri, afirma que os casos de internações e mortes de crianças e bebês pelo coronavírus ao longo da pandemia de covid-19 demonstram a importância da vacinação.

“São óbitos que poderiam ser evitados a partir da vacinação. Estudos mostram que a vacina é segura, por isso, é importante que esse público agora seja contemplado”, destaca. Ele enfatiza, ainda, que o processo de aprovação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seguiu o protocolo padrão, com uma triagem de estudos clínicos e avaliação de dados para constatação da eficácia.

BAIXAS COBERTURAS – A aprovação pela Anvisa da vacina para bebês a partir de 6 meses acontece em meio a um preocupante momento do Brasil e do mundo em relação às baixas coberturas vacinas de todas as vacinas. Entre 2018 e 2021, por exemplo, foram registrados 31 mil casos de sarampo no País. Por conta desse cenário, no qual a cada mil casos da doença uma morte é registrada, o Ministério da Saúde lançou um plano de ação para enfrentamento para que o Brasil volte a ter o certificado da Organização Mundial de Saúde (OMS) de erradicação do sarampo.

Segundo um estudo inédito, coordenado por pesquisadores do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), em 2021, somente 60% crianças tomaram a vacina DTaP, responsável por prevenir difteria, tétano e coqueluche; 68% tomaram a vacina BCG, que protege contra tuberculose; e 73% tomaram a tríplice viral, indicada para proteger contra os vírus do sarampo, caxumba e rubéola.

CAMPANHA – Em março deste ano, a SBP em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) lançou a campanha “V de Verdade, V de Vacina”. Com o lema “Vacina começa com V de Verdade, de Vitória, de Vida”, a ação tem como objetivo colaborar com a recuperação das baixas coberturas vacinais do País, a partir da conscientização da população em geral, dos profissionais de saúde e dos gestores públicos.   

Como parte desta ação, cards e informações foram divulgadas no site e nas redes sociais das entidades, e também foram enviados newsletters aos médicos de todo o Brasil. Além disso, há um hotsite especial com informações da campanha e todo o material relacionado à iniciativa. A SBP criou, ainda, o projeto “Pediatra Responde”, para sanar, através de vídeos publicados nas redes sociais e no hotsite da campanha, as dúvidas das crianças sobre a vacina contra a covid-19 para a faixa etária de 5 a 11 anos.