SBP divulga 10 alertas sobre Imunodeficiência Primária para orientar na detecção precoce da doença

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enviou aos associados da instituição uma nota sobre os dez sinais de alerta para a Imunodeficiência Primária (IDP) em crianças. Segundo o comunicado, a doença é séria e ainda há muito desconhecimento, mesmo entre a comunidade médica. Por isso, levar informação aos médicos e ampliar o número de pacientes tratados no mundo todo é fundamental.

“Precisamos disseminar o conhecimento básico sobre IDP para toda a classe médica, habilitando-a a diagnosticar e iniciar um tratamento básico o mais precocemente possível, até que um imunologista clínico assuma o caso. Embora esse tipo de especialista ainda seja raro no Brasil, temos que mudar essa realidade”, enfatiza o presidente do Departamento Científico de Imunologia Clínica da SBP, dr. Antônio Condino-Neto.

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Segundo dados da Brazilian Group for Immunodeficiency (Bragid), só no Brasil, mais de 15 mil pessoas têm a doença e ainda não tiveram o diagnóstico adequado e apenas cinco mil estão sendo tratadas e recebendo os medicamentos, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). “Enquanto isso, estes pacientes frequentam os diversos serviços médicos, sem diagnóstico preciso e tratamento adequado, levando a uma alta morbimortalidade, elevado custo social, desagregação familiar, além de sofrimento psicológico”, observa o dr. Condino.

SINAIS DE ALERTA – As IDP são um grupo de mais de 300 doenças diferentes causadas por defeitos no funcionamento do sistema imunológico. Os dez sinais de alerta para que os médicos possam identificar a doença são:

1.    duas ou mais pneumonias no último ano;

2.    quatro ou mais otites no ano;

3.    estomatites de repetição ou Monilíase (sapinho) por mais de dois meses;

4.    abscessos de repetição ou ectima (infecção bacteriana da pele);

5.    dois ou mais episódios de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia);

6.    infecções intestinais de repetição/diarreia crônica;

7.    asma grave, doenças do colágeno ou doença autoimune;

8.    efeito adverso ao BCG e/ou infecção por microbactéria;

9.    fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à imunodeficiência; e

10. histórico familiar da doença.

“A criança que nasce com alguma dessas deficiências se torna vulnerável a um grande número de infecções graves. As primeiras manifestações costumam ocorrer na infância, muitas vezes já nos primeiros meses de vida”, explica o especialista.

Ele salienta ainda que é de extrema importância detectar a IDP o mais rapidamente possível. “O diagnóstico incorreto pode ser fatal para o paciente. No entanto, se a doença for identificada e tratada precocemente, a criança poderá levar uma vida normal”, conclui.

A CAMPANHA – Realizada anualmente no mês de abril e promovida pela Fundação Jeffrey Modell (JMF) e International Patiente Organization for Primary Immunodeficiency (IPOPI), integram o movimento, junto com a SBP, a Sociedade Latino Americana de Imunodeficiências (LASID), a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI) e o Grupo Brasileiro de Imunodeficiências (BRAGID).