SBP divulga documento sobre parasitoses intestinais

O Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta quarta-feira (23) o documento científico “Parasitoses intestinais”, que traz as atualizações mais recentes sobre o tema para a prática cotidiana no consultório pediátrico.

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Segundo o documento, as parasitoses intestinais determinam várias consequências; sua maior importância relaciona-se ao efeito nocivo sobre a nutrição das crianças, seu crescimento e o desenvolvimento cognitivo, o que reduz a escolarização e exerce impacto negativo sobre a produtividade no trabalho, com geração de barreira econômica e piora nos níveis de pobreza.

“Desta forma, mais do que um problema para a saúde, as enteroparasitoses representam um entrave ao desenvolvimento humano e econômico das nações. Outros aspectos são os custos gerados por cuidados médicos e as alterações nos ciclos biológicos dos parasitas em imunocomprometidos”, diz trecho do documento.

No texto, os especialistas do DC de Pediatria Ambulatorial da SBP ressaltam que as parasitoses intestinais representam as doenças mais comuns, com alta prevalência em países em desenvolvimento, associadas a múltiplos fatores socioeconômicos e ambientais, como o acesso limitado ao saneamento básico.

Em países desenvolvidos ocorrem sob a forma de surtos, geralmente relacionados à contaminação da água. Estas parasitoses afetam um bilhão de pessoas no mundo e 49 milhões de crianças abaixo dos 15 anos em trinta países da América Latina e no Caribe estão em risco para aquisição de parasitoses intestinais.

No Brasil a prevalência de parasitoses em geral varia de 15% a 80%, de acordo com a população estudada. Entre escolares varia de 23,3% a 66,3% e é de 15% para lactentes. O poliparasitismo ocorre em 15% a 37% dos casos.

MANIFESTAÇÕES, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – A intensidade das manifestações clínicas depende de vários fatores, individuais, parasitários e ambientais. Embora a maioria das parasitoses intestinais apresente quadro clínico indistinguível, há algumas particularidades em sua morbidade que as diferenciam.

O diagnóstico se dá por suspensão ou por confirmação. O primeiro é feito pelo quadro clínico, entretanto, a semelhança dos sintomas dificulta o diagnóstico clínico de poliparasitismo. O segundo é feito pela visualização de helmintos eliminados ou positividade de algum método diagnóstico.

“O parasitológico de fezes é o método mais econômico e de mais fácil execução, porém a baixa frequência de exames positivos dificulta o diagnóstico. A positividade de uma amostra fecal é em torno de 50% e sobe para 60% a 90% se forem coletadas três amostras. Os cistos são excretados em fezes sólidas e os trofozoítos são mais encontrados em fezes diarreicas”, explicam no documento os especialistas do DC de Pediatria Ambulatorial.

A eficácia terapêutica de um fármaco na pediatria relaciona-se a vários fatores, dentre os quais a adesão ao tratamento. Esta pode ser comprometida por má palatabilidade do fármaco, posologia e duração do tratamento inconvenientes para os pais e cuidadores das crianças, além de efeitos adversos desagradáveis.