A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em conjunto com a Academia Brasileira de Pediatria (ABP), emitiu nesta sexta-feira (6) uma nota de repúdio ao possível encerramento das atividades do Centro Materno-Infantil do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), de Porto Alegre (RS). No documento, encaminhado ao Ministério da Saúde, ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e à Associação Médica Brasileira (AMB), os pediatras ressaltam a relevância do Centro para a assistência de milhares de crianças do estado.

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O Hospital São Lucas possui serviço ambulatorial e de internação obstétrica e pediátrica, UTI neonatal e pediátrica, emergência pediátrica e centro cirúrgico. O local registra cerca de 300 partos por mês, além de ser utilizado para a formação de médicos e especialistas nas áreas de pediatria e obstetrícia. Parte significativa dos atendimentos ocorre por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o secretário da ABP, dr. Jefferson Piva, o fechamento do Centro Materno-Infantil – além de representar um prejuízo direto à saúde da população pediátrica – constitui total falta de consideração com a própria história da medicina brasileira. “As UTIs pediátrica e neonatal do São Lucas foram inauguradas na década de 1970 e são reconhecidas no Brasil e no exterior por seu atendimento de vanguarda, pioneirismo e enorme contribuição à pesquisa. É inaceitável realizar, em atitude unilateral, o desmonte de um centro de referência que certamente deixará muitos pacientes desassistidos”, afirmou.

Na nota de repúdio, ao reiterar o total desacordo com a medida, a SBP e a ABP pedem que as direções do Hospital São Lucas e da PUCRS, bem como as autoridades públicas, tomem medidas para evitar os prejuízos irrecuperáveis à população, “tendo como foco a proteção e saúde da criança, a formação de profissionais qualificados e o desenvolvimento da pesquisa científica nacional”.