A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar a nota de alerta “Profilaxia para a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) com Palivizumabe em crianças com cardiopatia congênita”. O texto destaca o grande avanço que significou o uso do palivizumabe na prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR) e de suas complicações em crianças com cardiopatia congênita grave.
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O documento, elaborado pelo Departamento Científico de Cardiologia da SBP e pelo Departamento de Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), busca apresentar os principais pontos relacionados ao uso do palivizumabe. Alguns deles são: indicações principais; critérios de inclusão para pacientes com cardiopatia; esquema posológico; dose de reforço e condições especiais; contraindicações; aplicação intra-hospitalar; e aplicação ambulatorial.
Segundo os especialistas, o VSR é o mais frequente agente causador de infecções respiratórias agudas (IRA) das vias aéreas inferiores em lactentes, e sua manifestação clínica mais comum é a bronquiolite, cuja incidência aumenta significativamente durante o outono e o inverno. A nota frisa que o pico de incidência da doença ocorre entre os 2 e 6 meses de idade; havendo maior morbimortalidade naqueles que nasceram pré-termo, com doenças pulmonares crônicas, cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica ou hipertensão pulmonar significativa.
De acordo com o documento, até o momento, não há disponível vacinas com eficácia comprovada para realizar a prevenção desta doença. Entretanto, a imunização passiva pelo uso de imunoglobulinas e anticorpos monoclonais, como o palivizumabe, já se mostrou eficaz na prevenção das formas graves dessa doença, principalmente nos grupos de maior risco.
No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) disponibilizou, pela Portaria nº 522 de maio de 2013, a imunização passiva com palivizumabe para crianças que fazem parte do grupo de alto risco para infecções por VSR. E, em 2018, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu a aplicação de palivizumabe entre os procedimentos que devem ser fornecidos pelas operadoras de planos de saúde privados.
Dessa forma, considerando a relevância desta medicação, o documento enfatiza que, por se tratar de uma item de alto custo, é muito importante que sua aplicação seja realizada de forma correta nos pacientes de alto risco para infecções por VSR. E, além disso, os especialistas afirmam que é fundamental o envolvimento de todo o sistema de saúde no atendimento a essas crianças.
O Departamento Científico de Cardiologia da SBP é composto pelos seguintes especialistas: dr. Jorge Yussef Afiune; dra. Marcia Fernanda da Costa Carvalho; dra. Cristiane Nogueira Binnoto; dra. Gisele Correia Pacheco Leite; dr. Marcio Miranda Brito; dr. Mauricio Laerte Silva; e dra. Patrícia Guedes Souza. Já o Departamento de Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica da SBC conta com: dra. Cristiane Nunes Martins; dra. Ana Paula Damiano; dra. Sandra de Jesus Pereira; e dra. Mirna de Sousa. A nota de alerta contou também com a colaboração da dra. Carolina Capuruço.
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