SBP e SBR defendem diagnóstico precoce para artrite idiopática juvenil

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) publicaram o documento científico “Classificação da artrite idiopática juvenil (AIJ)”, doença reumática pediátrica comum e que pode causar limitações físicas e funcionais em curto e longo prazos. Para as entidades médicas, o diagnóstico precoce pelo pediatra é de extrema relevância, para que os pacientes sejam encaminhados a um especialista, preferencialmente a um reumatologista pediátrico.

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O material, elaborado pelo Departamento Científico de Reumatologia da SBP e pela Comissão de Reumatologia Pediátrica da SBR, destaca que, em 1994, a partir de uma força tarefa da International League of Associations for Rheumatology (ILAR), foi elaborado um conjunto de critérios de classificação das artrites crônicas na infância, baseado na prática dos especialistas. Este documento teve como objetivo facilitar o estudo das artrites crônicas na infância e unificar as disparidades existentes entre os critérios anteriores, produzidos pelo American College of Rheumatology e pela European Alliance of Associations for Rheumatology.

O guia da SBP e SBR buscou, portanto, apresentar os principais critérios de classificação de cada uma das três instituições. O texto frisa que aqueles elaborados pela ILAR foram um marco inicial para a base dos mecanismos das artrites crônicas de início na infância, além de ter colaborado ao reconhecimento da reumatologia pediátrica como especialidade pediátrica.

Os especialistas, entretanto, ressaltam que as limitações na classificação da ILAR são inúmeras e, mesmo útil à prática clínica, apresenta desafios para o conhecimento de mecanismos e desfechos da AIJ; bem como para o seu tratamento específico e busca por novos elementos que esclareçam essas diferenças em bases biológicas. Porém, o conhecimento atual sobre biomarcadores, base genética e mecanismos das doenças autoimunes e autoinflamatórias direciona para uma evolução e reavaliação da classificação atual.

Dessa forma, destacam os especialistas da SBP e SBR, as evidências atuais conduziram a uma revisão mais recente da classificação da ILAR. Para tal, um grupo internacional de 13 reumatologistas pediátricos experientes, por metodologia de consenso, elaboraram os descritores de quatro categorias de AIJ. Três subtipos foram considerados como apresentação pediátrica da mesma doença nos adultos: AIJ FR positivo, AIJ sistêmica e AIJ relacionada à entesite/ espondilite.

Segundo o texto, apenas a AIJ de início precoce com FAN positivo, antiga AIJ oligoarticular, foi considerada uma doença própria da faixa etária pediátrica, sem correspondente nos adultos. Prevalece, contudo, na prática da reumatologia pediátrica, a última revisão da ILAR para a classificação das artrites crônicas da criança e do adolescente, com o termo AIJ. Dessa forma, o documento da SBP enfatiza a importância do conhecimento pelo pediatra sobre essa classificação, pois a identificação dos diferentes fenótipos possibilita diagnóstico mais precoce, referência oportuna e janela de oportunidade para iniciar o tratamento.

O Departamento Científico de Reumatologia da SBP é composto pelos seguintes especialistas: dr. Clovis Artur Almeida da Silva; dra. Maria Odete Esteves Hilário; dra. Adriana Rodrigues Fonseca; dra. Cláudia Saad-Magalhães; dr. Flavio Roberto Sztajnbok; dra. Margarida de Fátima Fernandes Carvalho; e dr. Paulo Roberto Stocco Romanelli. 

Já a Comissão de Reumatologia Pediátrica da SBR conta com: dr. André de Souza Cavalcanti; dr. Claudio Arnaldo Len; dr. Marco Felipe Castro; dra. Maria Teresa Terreri; dra. Marta Cristine Félix Rodrigues; dra. Nádia Emi Aikawa; e dra. Teresa Cristina Martins Vicente Robazzi.