SBP em parceria com Sociedade Brasileira de Nefrologia publica nota especial para o Dia Mundial do Rim 2022

Anualmente, na segunda quinta-feira de março é celebrado o Dia Mundial do Rim, que esse ano ocorre no próximo dia 10, com o tema “Saúde dos rins para todos: educando sobre a doença renal”. Para celebrar a data, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) acabam de publicar uma nota especial sobre o tema. A Campanha do Dia Mundial do Rim (DMR) 2022 é idealizada pela International Society of Nephrology (ISN) e coordenada no Brasil pela SBN.

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A data tem como objetivo conscientizar todos os setores de saúde sobre a importância de uma educação continuada relacionada à doença renal. Nesse sentido, foi publicada a nota conjunta elaborada pelas especialistas: dra. Nilzete Liberato Bresolin, presidente do Departamento Científico de Nefrologia Pediátrica da SBP; dra. Anelise Uhlmann, membro do DC de Nefrologia Pediátrica da SBP; dra. Maria Goretti Moreira Guimarães Penido, diretora do Departamento de Nefrologia Pediátrica da SBN; e Lilian Monteiro Pereira Palma, vice-diretora do Departamento de Nefrologia Pediátrica da SBN.

O texto destaca o quanto é fundamental o diagnóstico precoce para as doenças renais, que, muitas vezes, apresentam sintomas apenas em seus estágios avançados. “O Dia Mundial do Rim é uma campanha global que visa chamar a atenção sobre a importância dos nossos rins para a saúde geral. Ao mesmo tempo, a partir do conhecimento sobre as doenças renais, realizar diagnóstico e tratamento precoces, e assim, reduzir a frequência e o impacto da doença renal a longo prazo, tanto no nível renal como no nível sistêmico”, afirma dra. Nilzete.

Outro ponto destacado na nota é a importância do tratamento precoce e do acompanhamento dos pacientes em relação aos marcadores de dano renal progressivo. Além disse, é enfatizado o papel dos pediatras de reconhecer e diagnosticar as doenças renais, considerando o risco de afetar de modo irreversível a saúde e evolução do paciente. “A infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais infecções bacterianas da infância e, frequentemente, apresenta recorrência. A demora no início do tratamento, os episódios repetitivos e a doença de base facilitam a ocorrência de cicatrizes e estas podem resultar em doença renal crônica”, detalha dra. Nilzete.

Em um vídeo publicado no canal do YouTube da SBP, especialmente para o Dia Mundial do Rim 2022, dra. Nilzete enfatiza que muitas doenças renais começam ainda na gestação. “Muitas delas são oligossintomáticas, assintomáticas ou têm sintomas inespecíficos mas, independentemente disso, todas podem evoluir para comprometimento renal”, diz a médica, mais uma vez ressaltando a importância do pediatra nesse acompanhamento.

Dra. Maria Goretti destaca também as medidas preventivas primárias como essenciais na pediatria. “O pediatra e outros profissionais de saúde devem trabalhar com objetivo primário de eliminar ou reduzir a exposição a fatores de risco para a doença renal. A principal recomendação é evitar dietas não saudáveis, que podem levar a sobrepeso e obesidade, com consequente risco de hipertensão arterial e síndrome metabólica", disse. 

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Além desses profissionais, avalia dra Maria Goretti, pais e educadores também devem incentivar o aleitamento materno; a atividade física regular; e alertar sobre os riscos do consumo e contato com cigarro, drogas lícitas e ilícitas. Também devem ser pesquisadas anormalidades estruturais dos rins e do trato urinário, que já podem ser observadas na ultrassonografia morfológica gestacional do feto; e, ainda, evitar o uso de drogas nefrotóxicas para o recém-nascido, crianças e gestantes.

A médica salienta, ainda, sobre outra questão preocupante tanto para os adultos quanto para as crianças, o transplante renal. Ela alerta para a importância de campanhas para sensibilizar a população sobre a doação de órgãos. “Os doadores falecidos são a melhor opção, entretanto, o número deles continua muito aquém do desejado. A fila de espera é expressiva principalmente para os adultos e em menor proporção para as crianças e adolescentes. Existe uma prioridade nesta fila de espera para os pacientes pediátricos, quando o doador é adequado”, diz dra. Maria.