SBP emite nota informativa sobre a revacinação com BCG em crianças com ausência de cicatriz


A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – por meio dos seus Departamentos Científicos (DC) de Imunizações, Infectologia e Pneumologia – divulgou nesta semana uma nota informativa sobre a revacinação com BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) em crianças na ausência de cicatriz pós-vacinação. Em fevereiro de 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revisou as diretrizes de vacinação com a vacina BCG em bebês, incorporando recentes avanços no conhecimento da tuberculose, fornecendo orientações sobre a imunização de lactentes em risco de infecção pelo HIV e enfatizando a importância da dose ao nascimento.

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A publicação ressalta que os estudos não demonstraram evidências convincentes de benefício para doses repetidas de vacina BCG contra tuberculose ou hanseniase.  “Recomenda-se, portanto, que a revacinação com BCG não deve ser realizada, mesmo nos casos em que o teste tuberculínico (PPD) ou o teste de IGRA (interferon gama release assay – IGRA) resultarem negativos”, aponto a nota técnica.

Ainda segundo os especialistas da SBP, a ausência de cicatriz de BCG, após a vacinação, não é indicativa de ausência de proteção e que pesquisas para o desenvolvimento de novas vacinas são necessárias.

A partir desse posicionamemto da OMS, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde emitiu a Nota Informativa Nº 10-2019-CGPNI-DEVIT atualizando a conduta para crianças que, embora vacinadas, não desenvolveram cicatriz vacinal, passando a não mais indicar a revacinação de crianças que não desenvolveram cicatriz.

A OMS enfatiza que estudos têm mostrado que a ausência de cicatriz não está relacionada a falta de proteção e que não há evidências de qualquer benefício na repetição da vacinação BCG na prevenção da tuberculose. A partir do posicionamento da OMS e do PNI, a SBP recomenda que a revacinação com BCG não deve ser realizada, mesmo nos casos em que o PPD ou o IGRA resultarem negativos.

Além disso, recomenda que as crianças que não apresentarem cicatriz vacinal não devem ser revacinadas, independentemente do tempo transcorrido após a vacinação. Finalmente, reforça também que as demais indicações da vacina BCG continuam mantidas de acordo com documentos anteriores do PNI e da SBP.