A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é uma das instituições apoiadoras da campanha #Vape mata #Vape vicia, promovida pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), contra a liberação dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) no Brasil. A iniciativa tem como objetivo denunciar a intenção da indústria tabagista de introduzir essa categoria de produtos no mercado brasileiro para atrair novos consumidores, em especial crianças e adolescentes.
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Conforme afirma o dr. João Paulo Becker Lotufo, especialista da SBP em álcool, tabaco e outras drogas, após sucessiva diminuição do consumo de cigarros tradicionais no Brasil, a indústria do tabaco está tentando disseminar os DEFs – vapes, vaporizadores e cigarros eletrônicos –, uma vez que esses novos produtos são muito mais atraentes e supostamente menos nocivos.
Os DEFs englobam diversos dispositivos eletrônicos com tabaco aquecido. Na maioria das vezes, para melhorar o gosto e facilitar o consumo, ganham sabores e adoçantes, que são adicionados aos cartuchos de tabaco e nicotina. Atualmente, a indústria tenta convencer a opinião pública, os pais e as autoridades brasileiras que os vaporizadores fazem menos mal que o cigarro convencional.
No entanto, de acordo com as evidências científicas mais recentes, a tecnologia dos DEFs não invalida a possibilidade do usuário ter sua saúde prejudicada, especialmente por problemas pulmonares. Por conterem substâncias altamente nocivas, os DEFs foram responsáveis pelo aparecimento de uma nova condição que provoca lesões no pulmão e pode levar à morte. A síndrome é nomeada como Lesão Pulmonar Associada a Produto de Vaping ou Cigarro Eletrônico (Evali – sigla do nome em inglês).
POPULAÇÃO PEDIÁTRICA – Segundo o Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, o número de estudantes de ensino fundamental e médio que usam cigarros eletrônicos naquele país aumentou em 1,8 milhão em 2019. No total, 27,5% dos estudantes de ensino médio declararam ser usuários de DEFs. A epidemia já levou alguns estados americanos a suspenderem a comercialização dos DEFs. Na avaliação do dr. Lotufo, esses números demonstram a atração que esses novos dispositivos despertam na população mais jovem.
“Atualmente, a agência reguladora dos Estados Unidos – Food and Drug Administration (FDA) – está revisando a liberação desses produtos como um todo. Não é razoável que, após todo avanço propiciado pela luta antitabagista, o poder público aprove a fabricação e comercialização desses dispositivos aqui no Brasil. A real intenção dos DEFs é somente uma: ampliar o consumo de tabaco no País, principalmente entre o público infantojuvenil, algo que certamente prejudicará a saúde de milhares de pessoas”, concluiu o pediatra.
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