A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enviou, nesta semana, carta aos membros da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexa da Saúde (Sectics) e do Comitê Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) reiterando posicionamento favorável à incorporação da vacina Pneumocócica Conjugada 13-valente (VPC13) no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil, em substituição à vacina 10-valente (VCP10), implantada no país em 2010. Essa versão da vacina é utilizada em mais de 125 países, que caminham para incorporação de vacinas valências ainda maiores.
A SBP e a Sociedade Brasileira de Imunizações já recomendam o uso, sempre que possível, preferencial da VPC13 na imunização de crianças a partir de dois meses de idade, devido ao seu maior espectro de proteção. O presidente do Departamento de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, explica que existem muitos benefícios já consagrados na literatura internacional sobre a vantagem dessa intervenção.
“Hoje, os três sorotipos adicionais contidos na vacina 13-valente são responsáveis por mais da metade dos casos de doença pneumocócica invasiva na população pediátrica brasileira, especialmente aqueles relacionados à maior resistência bacteriana”, declara Kfouri. Para o especialista, a incorporação dessa vacina é fundamental e o atraso em sua incorporação representa prejuízo à saúde das crianças brasileiras e para a saúde pública com um todo.
“A introdução da VPC10 no PNI do Brasil foi efetiva nestes últimos anos. Porém, o fenômeno da substituição de sorotipos associado à resistência bacteriana destes sorotipos não vacinais torna fundamental a substituição no calendário vacinal do PNI por uma vacina mais abrangente, que inclua os sorotipos 3, 6 A e, especialmente, 19A. É importante mencionar também que em crianças maiores de cinco anos não é possível aplicar a VPC10, por isso, uma grande população pediátrica acaba não estando adequadamente protegida contra essa bactéria”, explica.
DADOS – Nas últimas décadas houve crescente aumento da resistência do pneumococo à penicilina e outros antibióticos, o que tem levado a preocupações no manejo clínico dessas doenças. Dados da vigilância epidemiológica de 2021 demonstraram que 66,7% dos pneumococos que causaram meningites em crianças menores de cinco anos são resistentes à penicilina. Entre os casos na faixa dos 5 a 49 anos, a resistência observada nos casos de meningite foi de 28,9%.
Atualmente, a VPC13 é utilizada em 127 Programas Nacionais de Imunização em todo o mundo para a população pediátrica, com exclusividade em 120 programas de distintos países (75% dos programas do mundo).
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