“Dislipidemia na criança e no adolescente: orientações para o pediatra”. Esse é o tema do Guia Prático de Atualização elaborado pelo Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), para esclarecer as dúvidas mais recorrentes a respeito dessa doença, que consiste num dos principais fatores de risco para o acúmulo de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias (aterosclerose).
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De acordo com o documento, as evidências mais recentes da literatura já comprovam que a aterosclerose é uma condição iniciada ainda na infância e que predispõe ao aparecimento de doenças cardiovasculares na vida adulta. Nesse contexto, o principal fator de risco modificável e passível de intervenção precoce é a dislipidemia.
Conforme esclarece o texto, as medidas recomendadas para a prevenção primária são as mudanças no estilo de vida, caracterizadas por hábitos alimentares saudáveis, atividade física aeróbica regular, manutenção de peso saudável e combate ao tabagismo e ao consumo de álcool.
PREVALÊNCIA E CAUSAS – Segundo a publicação da SBP, entre todas as formas de apresentação de dislipidemia na infância, destaca-se a hipercolesterolemia familiar. Globalmente, estima-se que 35 milhões de indivíduos possuem a doença e que, a cada minuto, nasce uma criança com o problema.
No geral, as dislipidemias podem ser classificadas em primárias, quando causadas por um defeito hereditário, ou secundárias, quando são decorrentes de estilo de vida inadequado, doenças crônicas ou medicamentos. Para auxiliar os pediatras no processo diagnóstico da dislipidemia em suas diferentes formas, o Guia Prático de Atualização da SBP fornece informações a respeito da fisiologia do metabolismo lipídico, assim como quadros de consulta, com valores de referência e critérios de detecção da doença em crianças.
Além disso, o documento também apresenta um esquema com a indicação de triagem lipídica em função da faixa etária do paciente e tabelas esquemáticas com as principais causas verificadas em cada grupos, entre elas: doença de Tangier; mutações inativadoras da PSCK9; disbetalipoproteinemia; hepatopatias; nefropatias; e várias outras.
“A abordagem diagnóstica tem por objetivo investigar informações que forneçam subsídios para classificação etiológica, estratificação de risco cardiovascular e orientação terapêutica. O processo deve incluir investigação completa da história clínica da criança, avaliação de exame físico e avaliação laboratorial, que consiste na dosagem do perfil lipídico sem necessidade de jejum”, afirma o texto.
O Guia Prático de Atualização da SBP fornece ainda esclarecimentos para o adequado tratamento da dislipidemia, com base na readequação de possíveis causas secundárias – medicações, doença de base ou estilo de vida inadequado – e, em casos mais graves, na indicação de farmacoterapia.
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