A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial, lança neste mês de dezembro o documento científico “O uso de ivermectina baseado em evidências em Pediatria”. O material tem como objetivo esclarecer questões a respeito da eficiência e dos possíveis riscos do uso deste medicamento, especialmente, para crianças. Considerando o atual cenário de pandemia do novo coronavírus, um dos pontos destacados no documento é que, em publicação recente, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) desaconselha o uso da ivermectina para o tratamento da COVID-19.
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Essa substância foi descoberta em 1974, e introduzida no mercado para uso em animais, domésticos e silvestres, em 1981, para controle de infecções causadas por nematódeos parasitários e artrópodes (inseto, carrapato e ácaros). Já o início da utilização em humanos ocorreu seis anos depois. Porém, o documento científico salienta que, na pediatria, a ivermectina só pode ser indicada para crianças maiores de cinco anos e com o peso acima de 15kg, e que deve ser evitado em gestantes e lactantes.
De acordo com os especialistas, a segurança e a efetividade do medicamento em pacientes pediátricos com menos de 15kg ainda não está bem estabelecida. Há, porém, a possibilidade de, em um futuro próximo, a substância ser liberada para esse grupo, com a disponibilidade de uma formulação comercial em solução oral e tópica, para o tratamento das doenças com boas evidências científicas.
O documento informa, ainda, que não há comprovação in vivo, até o momento, do efeito antiviral desta droga em animais e seres humanos. Segundo o material, um estudo recente realizado na Austrália demonstrou que a ivermectina possui atividade antiviral, em teste in vitro, contra o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19. Este efeito in vitro também foi demonstrado contra outros vírus, como o HIV; e alguns arbovírus, como o vírus da zika, da febre amarela, chikungunya e dengue.
Esses resultados, entretanto, nunca foram reproduzidos em estudos clínicos, o que impede o seu licenciamento para o tratamento de qualquer uma dessas doenças. No momento, há ensaio clínico registrado com o objetivo de testar a eficácia do tratamento com a invermectina para a COVID-19, porém ainda não foi iniciado.
No Brasil, só existe a apresentação comercial da ivermectina em comprimidos de 6 mg e a dose média de 0,2 mg/kg/dose única é a preconizada. Os efeitos colaterais mais comuns são: diarreia, náuseas, cefaleia, febre, astenia, anorexia, constipação intestinal, vômitos e dor abdominal. Há também manifestações neurológicas, como: tonturas, sonolência, vertigem, tremor, parestesia e convulsões; e cutâneas, como: urticária, erupção cutânea, coceira e edema.
O Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial é composto pelos drs.: Tadeu Fernando Fernandes; Normeide Pedreira dos Santos França; Geila de Amorim Rocha; José Paulo Vasconcellos Ferreira; Regis Cardoso Assad; Renata Rodrigues Aniceto; e Samir Buainain Kassar.
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