SBP marca presença no I Fórum da Câmara Técnica de Oftalmologia do CFM

A organização de uma rede de atenção que permita às crianças terem acesso a um oftalmologista é um direito de acesso à saúde garantido pela Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e em diversas outras leis. Esse foi o posicionamento que marcou o I Fórum da Câmara Técnica de Oftalmologia, organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que aconteceu, em maio, na sede da instituição, em Brasília (DF). Na oportunidade, a coordenadora Regional Centro-Oeste da SBP, dra. Renata Belém Pessoa de Melo Seixas, participou do evento ministrando a palestra “Salvando a visão para uma vida: o papel do Pediatra”.  

“Cerca de 80% das causas de cegueiras são preveníveis, por isso, o pediatra tem um papel fundamental no diagnóstico precoce. Assim, é necessário que o especialista, que acompanha a criança desde o seu primeiro momento de vida, esteja atento aos marcos de desenvolvimento para reconhecer os problemas oftalmológicos e qual a acuidade visual esperada para cada faixa etária”, enfatizou dra. a Renata.

A pediatra abordou ainda como problemas na visão podem afetar o desenvolvimento psicomotor, educacional e social. “Assim que a criança nasce, é importante o acompanhamento do pediatra para prevenção e profilaxia da conjuntivite neonatal; da retinopatia da prematuridade, por exemplo. Além da realização do teste do olhinho, também chamado de teste do reflexo vermelho, para identificar as possíveis situações de risco da criança e quando deve ser encaminhada a um oftalmologista. O Teste, que é de triagem, deve ser realizado logo quando a criança nasce e a cada consulta de acompanhamento, pelo menos três vezes ao ano, nos primeiros três anos de vida”, explicitou.

Durante sua exposição, dra. Renata abordou ainda a quais sinais os pediatras devem estar atentos aos erros refrativos nas crianças de cinco a 10 anos, além de problemas como ceratocone na adolescência. A coordenadora trouxe à tona também a importância de uma alimentação e do aleitamento materno; os problemas que o uso prolongado de telas pode causar à visão e o maior risco para miopia. “O pediatra deve recomendar uma consulta com um oftalmologista entre seis meses a um ano, se possível, ou, então, entre os três e cinco anos para realização de um exame oftalmológico completo”, destacou.

CARTA – Durante o Fórum, foi redigida e aprovada a carta pública intitulada “Carta Pela Saúde Ocular das Crianças Brasileiras” abordando os principais tópicos debatidos no evento. O texto faz a defesa da adoção de medidas urgentes para fortalecer a rede de atendimento à população pediátrica no que se refere ao diagnóstico e ao tratamento precoces de doenças oculares. “Convocamos os médicos e suas entidades de representação, os gestores (públicos e privados), os parlamentares e a sociedade civil organizada para juntar forças em prol da prevenção da cegueira na primeira infância e suas consequências, tema que exige máxima atenção pelas suas implicações clínicas, econômicas e sociais”, ressalta o documento.

LEIA A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO APROVADO NO I FÓRUM.

DEBATES – A 1ª edição do Fórum foi coordenada pela conselheira federal Maria Teresa Renó, o evento reuniu especialistas brasileiros referências em oftalmologia pediátrica e teve como foco a Prevenção da Cegueira na Primeira Infância. Entre os temas abordados estiveram os aspectos legais da cegueira na infância; as causas de cegueira na primeira infância; o retinoblastoma; e mais.

Os debates realizados durante o evento subsidiarão uma carta com um conjunto de propostas a serem encaminhadas às autoridades e outros segmentos envolvidos na assistência oftalmológica para a população pediátrica. A partir de sua divulgação, os pontos elencados ajudarão no encaminhamento de pleitos e definição de ações estratégicas sobre o tema.

*Com informações da assessoria de comunicação do CFM