SBP marca presença no III Fórum Virtual de Pediatria do CFM

Diversos representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) estiveram à frente das palestras proferidas durante o III Fórum Virtual de Pediatria do Conselho Federal de Medicina (CFM), que teve como tema “Pediatria e a Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente”. O evento, realizado na terça-feira (11), colocou em pauta as diferentes formas de violência cometidas contra a população pediátrica do País.

Na oportunidade, o 3º diretor financeiro da SBP e coordenador da Câmara Técnica de Pediatria do CFM, dr. Donizetti Giamberardino, coordenou a mesa de abertura do encontro. Em sua fala, o especialista ressaltou a necessidade de que a legislação nacional seja efetivamente aplicada. “Queremos o melhor para nossas crianças e adolescentes, mas é preciso que haja um real investimento em políticas públicas”, defendeu.

Já o membro do Departamento Científico (DC) de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP, dr. Marco Antônio Chaves Gama, apresentou uma aula a respeito da violência constatada pelos pediatras nas unidades assistenciais, durante a mesa-redonda “Violência contra a criança e o adolescente”.

Segundo ressaltou o especialista, a violência é um problema crônico. “Vivenciamos uma verdadeira epidemia. É urgente a redução desses índices”, conclamou. Conforme também alertou, muitos pais têm terceirizado a educação de seus filhos à internet. “Passar o dedinho na tela do celular não é sinal de inteligência, mas de adestramento digital. Colocar limites é essencial. Nas redes, as crianças estão expostas a inúmeros perigos. Em todos os aspectos, a moderação da família é indispensável”. 

ATENÇÃO BÁSICA – Além das ameaças do mundo virtual, crianças e adolescentes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ainda sofrem com a falta de pediatras. O problema foi debatido na mesa-redonda “Atenção Primária em saúde e a inclusão do pediatra”.

O primeiro palestrante da atividade foi o diretor de Defesa Profissional da SBP e membro da Câmara Técnica de Pediatria do CFM, dr. Fábio Guerra, que falou sobre políticas públicas na área. “Somos vocacionados para trabalhar na prevenção, mas não estamos podendo realizar este trabalho no serviço público, pois estamos sendo alocados apenas na urgência e emergência”, denunciou.

Para o dr. Fábio Guerra, a ausência de pediatras na Atenção Básica é uma violência contra as crianças e adolescentes. “Todos deveriam ter direito a um pediatra para acompanhá-lo e não apenas quem tem plano de saúde ou pode pagar consultas particulares”, afirmou. O Brasil tem hoje 28,81 pediatras por 100 mil habitantes, que é um índice mais alto do que em muitos países europeus.  

Na ocasião, o membro do DC de Imunizações da SBP e representante do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), dr. Eduardo Jorge da Fonseca, discorreu sobre o “Crescimento e desenvolvimento na atenção primária/Imunização e o especialista em pediatria”. Usando gráficos, ele mostrou a queda no percentual de vacinação no Brasil. “Somos vítimas do próprio sucesso das campanhas anteriores. Hoje, os pais com 30 anos de idade estão mais preocupados com os efeitos das vacinas do que com as doenças que elas podem evitar, que são muito mais graves. A percepção de risco está distorcida”, afirmou.

Para o dr. Eduardo Jorge, o pediatra é o melhor profissional para ouvir as preocupações e anseios dos pais e dar as explicações necessárias. “Mas se não estivermos nas equipes de família, não teremos como ter este contato com os pais”, argumentou.

Também marcaram presença na programação: o presidente do CFM, dr. Hiran Gallo; o presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP) e vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, dr. Victor Horácio de Souza C. Junior; entre outros. Ao final do evento, os participantes aprovaram ainda a “Carta do III Fórum de Pediatria do CFM”, que elenca dez propostas para melhorar a vida das crianças e adolescentes brasileiros. A carta pode ser acessada AQUI.