A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) marcou presença em reunião no Ministério da Saúde, em Brasília, na última semana, para discutir a grave situação da sífilis congênita no Brasil e da transmissão vertical do vírus HIV. Durante a reunião, foi definido um grupo de trabalho com o propósito de estabelecer critérios para certificar os municípios brasileiros que conseguirem conquistar a meta de eliminação da mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Representante da entidade na reunião, o membro do Departamento de Infectologia da SBP, dr. Aroldo Prohmann de Carvalho, explica que o grupo foi instituído para elaborar o documento de certificação que terá como base as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Segundo ele, a situação atual da sífilis no País é gravíssima.
“Há muitos anos não se viam tantos casos de crianças com sífilis congênita no Brasil, o que é reflexo da elevada infecção nos indivíduos em idade procriativa. Com certeza, isso indica a qualidade do atendimento pré-natal”, apontou. O representante da SBP destacou ainda que a falta de penicilina por um longo período no País agravou a situação, pois é o único medicamento de eficácia comprovada no tratamento da doença. E, na falta dele, crianças nascidas com sífilis congênita podem não ter sido adequadamente tratadas.
A publicação a ser elaborada pelo grupo de trabalho deverá instituir critérios para a obtenção da certificação. Um dos parâmetros previstos é o de estabelecer como meta uma taxa de incidência de novas infecções pelo HIV em crianças por transmissão vertical que seja menor que 0,3 por mil nascidos vivos.
De acordo com o especialista, apesar de não ser homogênea geograficamente, a incidência da transmissão vertical do HIV também chama a atenção. Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazonas, por exemplo, registram elevadas taxas de transmissão vertical do vírus, resultado da elevada incidência em adolescentes e adultos. “As crianças brasileiras expostas verticalmente ao HIV e à sífilis são em sua maioria atendidas por pediatras. As que não são atendidas, deveriam ser, já que os pediatras têm papel fundamental na prevenção da transmissão vertical dessas infecções” defendeu o dr. Aroldo.
Além da SBP, compõem o comitê representantes do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), da Vigilância Epidemiológica de alguns estados brasileiros, além de secretarias municipais e estaduais de saúde, Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Conselho Federal de Enfermagem, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), entre outros.
Representante da SBP participa de 2º Simpósio sobre Doenças Crôni...
21/11/2024 , 14:53Departamentos Científicos e Grupos de Trabalho da SBP apresentam ...
18/11/2024 , 12:16JPed: acesse agora os artigos do volume 100 - edição 6
18/11/2024 , 12:18SBP realiza webinar sobre hipovitaminose D para atualizar pediatr...
18/11/2024 , 12:15Pediatras celebram recertificação do Brasil como país livre do sa...
18/11/2024 , 12:14Reporte Semanal JPed: confira os novos informativos disponíveis e...
18/11/2024 , 12:12