A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar o documento científico “Pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) complicadas”. Elaborado pelo Departamento Científico de Pneumologia da entidade, o material apresenta uma proposta de padronização de tratamento dessa doença que, apesar do desenvolvimento de vacinas eficazes e de novos testes de diagnósticos rápidos para detectar agentes virais e bacterianos, ainda representa uma importante causa de morbidade e mortalidade na população pediátrica. 

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O texto esclarece que o termo PAC refere-se à pneumonia que ocorre em crianças que não foram hospitalizadas no último mês. Portanto, não colonizadas por germes hospitalares, mas, sim, provenientes do meio domiciliar, escolar ou comunitário. Já a PAC complicada é aquela que evolui de forma grave, apesar do uso de antibióticos, com uma ou mais das seguintes complicações: derrame pleural parapneumônico (DPP), empiema pleural (EP), pneumonia necrosante (PN) e com abscesso pulmonar (AP). A PAC complicada é caracterizada como doença grave de curso e hospitalização prolongados, porém, a maioria dos pacientes se recupera completamente.

O documento elenca os principais meios de diagnóstico das PAC complicadas e os categoriza em dois grupos: métodos diagnósticos complementares (diagnóstico microbiológico); e exames de imagem (radiografia de tórax; ultrassonografia do tórax; e tomografia computadorizada de tórax). 

Inicialmente, os especialistas indicam que o tratamento para as PACS seja clínico, normalmente com antibióticos. Já o tratamento cirúrgico, segundo o documento, ainda não é um consenso, sendo reservado às crianças que apresentem piora após o tratamento inicial, considerando a presença de EP e da extensão da necrose pulmonar. O texto esclarece que a escolha da intervenção deve ser guiada pelo quadro clínico do paciente, pela fase evolutiva da doença e pela experiência da equipe cirúrgica do serviço. 

O DC de Pneumologia da SBP é composto pelos especialistas: dra. Maria de Fátima Bazhuni Pombo Sant’Anna; dra. Regina Terse Trindade Ramos; dr. Carlos Antonio Riedi; dr. Cássio da Cunha Ibiapina; dra. Débora Carla Chong e Silva; dr. Gilvan da Cruz Barbosa Araujo; dr. José Dirceu Ribeiro; e dra. Patricia Gomes de Matos Bezerra.