SBP publica documento sobre importância da avaliação clínica da puberdade atrasada

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar o documento científico “Como avaliar e tratar adolescentes com puberdade atrasada”. No material, os especialistas buscam chamar a atenção dos pediatras para o quão fundamental é a avaliação clínica para direcionar a investigação do atraso puberal. Elaborado pelo Departamento Científico de Endocrinologia da SBP, o texto explica que a puberdade é o período de transição da infância para a vida adulta, fase em que há uma extensa variação no ritmo do desenvolvimento puberal, decorrente da combinação de fatores genéticos e ambientais.

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O documento destaca que “o atraso da puberdade é definido quando os eventos puberais se iniciam em idade acima de 2 a 2,5 desvios padrões acima da média populacional”. Segundo os especialistas, “equivale à ausência de telarca após os 13 anos no sexo feminino, e ausência de aumento testicular acima de 4 ml aos 14 anos no sexo masculino”.

Os especialistas enfatizam que, nos casos em que há diagnósticos específicos identificados que levam ao atraso puberal, o tratamento deve ser direcionado para a doença de base. Dessa forma, espera-se que resolvida a causa primária o atraso puberal seja solucionado, como por exemplo após controle de hipotireoidismo, hiperprolactinemia, doenças crônicas, anorexia nervosa, dentre outras questões.

O documento esclarece, ainda, que o atraso constitucional do crescimento e puberdade (ACCP) é a causa mais frequente de atraso puberal, chegando a responder por 63% dos casos em meninos e 30% em meninas. Esse fator não é considerado uma doença, mas sim uma variante da puberdade normal, com importante histórico familiar. Porém, o texto frisa que o pediatra deve estar atento para reconhecer sinais de alerta que indicam necessidade de investigação de outras causas.

O Departamento Científico de Endocrinologia é composto pelos especialistas: dr. Crésio de Aragão Dantas Alves; dra. Kassie Regina Neves Cargnin; dr. Cristiano Castanheira Candido da Silva; dra. Leila Cristina Pedroso de Paula; dra. Maristela Estevão Barbosa; dra. Marilza Leal Nascimento; dr. Raphael Del Roio Liberatore Jr; dra. Renata Machado Pinto; e dr. Ricardo Fernando Arrais.