SBP reitera denúncias da Somape sobre desmonte da assistência pediátrica no Mato Grosso

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulga nesta sexta-feira (3) uma nota pública reiterando as solicitações da Sociedade Matogrossense de Pediatria (Somape) direcionadas aos gestores públicos, a fim de garantir a qualidade da assistência oferecida à população no Estado, em especial às crianças e aos adolescentes. Em documento, a filiada da SBP denunciou uma série de dificuldades que comprometem a atuação dos médicos e das equipes de atendimento no Mato Grosso, com ênfase no fechamento de leitos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) pediátricas e na transferência de pediatras sem justificativa plausível.

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Conforme expôs a Somape, vagas da UTI pediátrica do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) foram encerradas para abrigar leitos de UTI adulta, destituindo médicos concursados de suas funções habituais e transferindo pacientes para a estrutura privada.

Na nota pública divulgada pela SBP, a entidade destaca que, embora o contingenciamento de leitos para atendimento de pacientes com diagnóstico de Covid-19 configure uma necessidade momentânea, tal medida não pode ser desprovida de planejamento que também assegure aos demais doentes o acesso ao devido tratamento.

“A demora no acolhimento de pacientes com outros transtornos em leitos de internação e UTI, obrigando-os à longas esperas, pode causar sérias consequências, como o agravamento de quadros clínicos e o aumento do risco de morte. Por isso, os pediatras, representados por suas entidades, exigem uma resposta urgente dos gestores mato-grossenses”, diz o texto.

REPRESÁLIA – No documento, a SBP afirma ainda que são inadmissíveis quaisquer atitudes de represália contra pediatras que, no exercício de sua função, tenham denunciado falhas na infraestrutura ou em processos assistenciais. De acordo com a entidade, ao apresentarem suas queixas, esses médicos e suas equipes cumprem seu papel de zelar pelo bem coletivo.

“Penalizá-los com perda de cargos, transferências, cortes em honorários e outras medidas administrativas são atos reprováveis, que não dialogam com o respeito à democracia e ao bem público”, pontua a publicação.

Segundo destacou a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, a SBP e Somape estão inteiramente comprometidas com a defesa dos interesses dos pediatras, das crianças e dos adolescentes. Desse modo, ambas as instituições se manterão atentas à situação no Mato Grosso e, prontamente, se colocam à disposição do poder público para colaborarem com a construção de soluções para os problemas apontados.