O leite materno produzido por mães vacinadas tem anticorpos contra a covid-19. É o que aponta o estudo publicado na revista científica americana The Journal of the American Medical Association (JAMA). A pesquisa acompanhou um grupo de 84 mulheres de Israel que foram vacinadas com a Pfizer/BioNTech. Após a aplicação da vacina, as mães apresentaram altos níveis de anticorpos IgA e IgG contra o novo coronavírus no leite materno. Tendo em vista a importância do tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acompanha atentamente o avanço dos estudos relacionados à proteção das mães e seus bebês.
De acordo com o presidente do Departamento Científico (DC) de Aleitamento Materno da SBP, dr. Luciano Borges Santiago, esses anticorpos mostraram ter efeito importante em testes in vitro. Ainda são necessários mais estudos para afirmar que o leite das mães pode gerar uma proteção efetiva para os bebês. “Tudo indica que sim e nós torcemos para que seja positivo. Em outras vacinas isso já foi mostrado, mas nesse caso ainda é preciso tempo de evolução e estudos comparativos em mães que foram vacinadas e amamentaram e mães que não amamentaram para ver se a incidência do vírus será menor em crianças amamentadas com leite com anticorpos”, explica.
PROTEÇÃO - O especialista aponta que ao longo dos anos e de diversos estudos, outros imunizantes já se mostraram efetivos na proteção aos bebês através do leite materno, como as vacinas contra Influenza, coqueluche e tétano. “Era uma expectativa nossa que se confirmasse a presença de anticorpos no leite de mães vacinadas contra Covid-19. Agora que temos essa primeira confirmação da presença, precisamos aguardar estudos sobre a efetividade desses anticorpos e até que ponto essa proteção vai chegar”, destaca.
Na visão do dr. Luciano, o estudo contribui para reafirmar a importância do leite materno para a saúde dos bebês. Ele destaca o posicionamento do DC de Aleitamento Materno da SBP pela manutenção da amamentação dos bebês pelas mães com suspeita ou infectadas pelo novo coronavírus. “As mulheres não transmitem a Covid-19 através do leite, mas os cuidados como higienização frequente das mãos e o uso de máscaras são fundamentais para evitar a contaminação dos bebês durante a amamentação”, salienta.
ALERTA – A possibilidade de os anticorpos presentes no leite das mulheres vacinadas protegerem os bebês não deve ser motivo para o estímulo do aleitamento cruzado. Esse é um dos principais alertas feitos pelo dr. Luciano, que aponta os riscos dessa atitude. “Existem doenças que podem ser transmitidas tanto da mulher para o bebê, quanto do bebê para a mulher”. O presidente do DC de Aleitamento ressalta ainda que a mãe deve amamentar o seu próprio filho ou doar para o banco de leite, onde ele será pasteurizado e distribuído para os bebês que precisam de fato.
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