A 2ª edição do “Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência” será lançado nesta sexta-feira (05), em Brasília (DF), durante o IV Fórum de Pediatria do Conselho Federal de Medicina (CFM). O documento foi elaborado pelo Departamento Científico (DC) de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência contra Crianças e Adolescentes da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), e conta com o apoio institucional do CFM.

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A publicação é composta por 15 capítulos, com participação de 31 colaboradores, e tem o objetivo de discutir estratégias para prevenir, identificar e encaminhar situações de risco de violência em nível doméstico, na escola e nos ambientes públicos. O documento tem como público-alvo profissionais que atuam diretamente com a população pediátrica nas áreas da saúde, educação, assistência social, psicologia, segurança, justiça e mídia.

De acordo com o presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP e coordenador do projeto, dr. Mário Hirschheimer, o novo Manual faz parte das iniciativas desenvolvidas pela SBP para promover a proteção integral da população pediátrica. “Disseminar informações técnicas a respeito do reconhecimento precoce de sinais e indícios de maus-tratos consiste numa ação primordial, visto que a maior parte das crianças não denuncia a violência sofrida. O papel do pediatra é extremamente importante, pois cabe a ele identificar os casos suspeitos e realizar a notificação”, informa.

PUBLICAÇÃO - Dentre os temas abordados pela publicação, destacam-se: “O paradigma atual de saúde e segurança”; “Estatísticas dos acidentes e violências”; “Formas de violência”; “Desaparecimento de crianças e de adolescentes”; “Crianças e adolescentes em situação de rua”; “Violência sexual”; “Autoagressão – das lesões factícias ao suicídio”; “Bullying, cyberbullying e crimes virtuais”; entre outros.

Além do dr. Mário Hirschheimer, o Manual conta com a coordenação das dras. Renata Waksman e Luci Pfeiffer, também integrantes do DC de Segurança da SBP. Segundo informam as pediatras, muitas das vezes as agressões são executadas por familiares ou pessoas próximas, o que torna a questão ainda mais complexa.

“Todos os casos, sejam confirmados ou suspeitos, devem ser devidamente acompanhados por uma equipe multidisciplinar e encaminhados às autoridades competentes da região, como Conselho Tutelar ou Vara da Infância e Juventude. Além do atendimento médico, é fundamental garantir que a vítima receba assistência psicoterapêutica e social”, esclarecem os organizadores.

O Manual fornece ainda informações sobre “Fundamentos éticos e legais do atendimento” e alertas específicos para as áreas de Cirurgia Pediátrica, Dermatologia, Hematologia, Odontopediatria, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Após o lançamento oficial, a publicação ficará disponível na íntegra no portal da SBP e SPSP.

FÓRUM – O atendimento a crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos também estará em pauta durante o 1º Fórum SBP sobre Violência na Infância e Adolescência. Realizado pela SBP, em parceria com a Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), o evento ocorrerá no próximo dia 30 de outubro, em Belo Horizonte (MG).

Segundo informa o dr. Mario Hirschheimer, o evento tem a função de suprir uma lacuna da formação médica, pois o tema da violência ainda é bastante negligenciado pelas Faculdades de Medicina. “De modo geral, os pediatras estão muito bem preparados para falar sobre pneumonia, asma e febre, por exemplo, mas as causas externas (acidentes e violência), responsáveis pelos maiores índices de mortalidade a partir dos cinco anos de idade, são deixadas em segundo plano”, afirma ele.  Os associados adimplentes da SBP possuem desconto na inscrição do evento. Para conhecer os palestrantes, outros detalhes da programação científica e garantir uma vaga, ACESSE AQUI O SITE DO EVENTO. (Com informações da Assessoria de Comunicação da SPSP).