“Se não tratada corretamente, asma pode levar à morte”, alerta pneumologista da SBP


Anualmente, o dia 21 de junho é marcado por uma série de iniciativas para conscientizar os brasileiros sobre os riscos da asma, doença que leva à inflamação crônica das vias respiratórias e que acomete uma em cada cinco crianças e adolescentes. Dados do Ministério da Saúde revelam que a doença é responsável por cerca de 90 mil internações por ano e também pela morte de pelo menos três pessoas por dia no Brasil.

Em abril deste ano, o dr. Paulo Camargos, presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) abordou o tema “educação em asma” no podcast da revista Residência Pediátrica, falando sobre a adesão ao tratamento para que haja o controle total da doença e os medicamentos mais indicados, segundo a literatura médica, bem como a relação entre médico, paciente e família no acompanhamento da criança.

Segundo o especialista, somente a avaliação clínica definirá a interrupção ou retorno do tratamento da doença, às vezes por meio de exames funcionais como a espirometria. “Apesar de não termos cura para a doença, as drogas atuais garantem ao individuo uma vida praticamente normal. Para isso, é fundamental que a medicação prescrita seja seguida rigorosamente pelo paciente”, explica.

O especialista adverte que a mortalidade por asma é provocada por um conjunto de fatores que englobam a falta de cuidado do paciente, automedicação e atendimento ambulatorial precário. “A morte só ocorre em uma crise maltratada, seja pelo paciente, que não dá a importância devida e deixou de procurar atendimento, ou pelo serviço médico não adequado”, alerta o dr. Paulo Camargos.

Estudos epidemiológicos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros estimam que 20 milhões de pessoas apresentam algum dos sintomas da doença, das quais 10 milhões não têm sequer diagnóstico médico para confirmar ou não se são portadores de asma. Tosse e falta de a durante exercícios físicos, choro intenso, gargalhadas, são alguns dos sintomas. “Por isso, é fundamental procurar ajuda médica e fazer um diagnóstico correto e tratamento adequado”, observa o presidente do Departamento Científico de Pneumologia da SBP.

DOCUMENTO CIENTÍFICO – No ano passado, o DC de Pneumologia da SBP também publicou o documento científico “Sibilância Recorrente do Lactente e Pré-Escolar”, com informações atualizadas que podem auxiliar o profissional de pediatria no atendimento a crianças com sibilância e asma. O artigo aborda temas como fatores de risco, epidemiologia, diagnóstico, exames complementares e tratamento.