Costumamos ouvir que vivemos numa sociedade sobre rodas: veículos motorizados e não-motorizados nos rodeiam. Nas cidades grandes, somente em situações especiais, as pessoas andam a pé. Por isso o homem moderno passou a se preocupar com o trânsito, espaço onde pedestres, motoristas, passageiros, ciclistas, motociclistas se encontram: cada um com seu direito, compromisso e responsabilidade.
Neste contexto, a bicicleta, meio de transporte eficiente, barato, que não polui o meio ambiente, constitui uma forma agradável de se praticar atividade física, sendo atraente para crianças e adolescentes, revelando-se também uma atividade de lazer. Mas andar de bicicleta envolve riscos de traumas. Entre outros, há casos de lesões na face, nos dentes e fraturas de pernas e braços. Os traumatismos cranianos, pelo risco de sequelas neurológicas e mortes, sem dúvida, constituem uma grande preocupação, o que ressalta a importância da prevenção.
A escolha da bicicleta
Recomenda-se que os pais, antes de comprarem a bicicleta para o filho, orientem-no a respeito da segurança no trânsito e adquiram o capacete, as luvas e os protetores de joelhos e cotovelos. Somente após essas medidas é que deverão comprar a bicicleta. Esta postura é necessária para que, desde cedo, o filho se conscientize de que, para andar de bicicleta, é necessário estar preparado.
A criança deverá participar tanto da escolha da bicicleta, inclusive para que possa ser adquirida a de tamanho correto, quanto da compra dos equipamentos de proteção, em especial do capacete, para que se sinta mais motivada a usá-los.
A bicicleta deve ser do tamanho correto para o ciclista, não deve ser maior, porque é mais difícil controlar uma bicicleta de tamanho grande. Considera-se adequado o tamanho, quando a criança, assentada no selim, segurando o guidão, conseguir apoiar completamente os pés no chão. Bicicleta com duas rodas podem ser usadas a partir dos sete anos aproximadamente, mas os pais, independentemente da idade da criança, devem avaliar se o filho tem ou não capacidade para andar de bicicleta.
A bicicleta e o trânsito
A bicicleta deverá ser vista como um veículo, o que ela realmente o é, nunca como um brinquedo, e o ciclista é considerado um condutor vulnerável no meio do trânsito. Assim, os pais, além de ensinar os filhos a andar de bicicleta, devem orientá-los e conscientizá-los da necessidade de fazê-lo com segurança.
Os locais mais seguros para andar de bicicleta são as ciclovias e as áreas destinadas ao ciclismo, por serem reservadas apenas ao trânsito de bicicletas, separando-as de caminhões, carros e ônibus porque, no meio do trânsito, o ciclista está sujeito a acidentes graves.
Se o adolescente necessitar usar a bicicleta como meio de transporte, os pais devem avaliar o trajeto, explicar-lhe a respeito dos riscos em estacionamentos, avenidas, cruzamentos e ruas. Devem também recomendar-lhe muita atenção durante todo o percurso, observando se há, na pista, acúmulo de água, areia, buracos, depressões e quebra-molas que aumentam o risco de acidentes. O jovem ciclista deve evitar morros íngremes, pois é difícil o controle da bicicleta na descida.
Se houver necessidade de o ciclista pedalar no trânsito, o que é perigoso, ele deverá andar sempre pela direita, no mesmo sentido dos demais veículos, nunca na contramão.
É indispensável que o adolescente conheça a sinalização, as normas de segurança e seja capaz de colocá-las em prática.
Cuidados ao andar de bicicleta
Para que a criança e o adolescente façam uso adequado da bicicleta com segurança e com comportamento solidário, vale a pena que as seguintes orientações sejam observadas.
Equipamentos para ciclistas
O Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 105, parágrafo VI, considera os seguintes equipamentos como de uso obrigatório para as bicicletas, “a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo”.
Capacete
Estudos mostram que a maioria das hospitalizações e mortes de ciclistas é devida a traumatismo craniano; ressaltam, também, a importância do uso do capacete para evitar e/ou diminuir a gravidade desses traumatismos, as sequelas neurológicas e a morte. É um equipamento indispensável para se andar de bicicleta; deve ser visto como uma forma de proteção imprescindível para a segurança do ciclista, da qual ele nunca deverá abrir mão. Cabe aos pais educar os filhos para o compromisso de usá-lo.
O capacete deverá ser próprio para ciclista, de tamanho adequado, para que se adapte bem à cabeça (isto é, não deve ser apertado nem grande demais), colocado corretamente e ter adesivos refletores para facilitar a visualização do ciclista. Como os pais são exemplos para o filho, deverão, também, usar capacete ao andar de bicicleta.
Vera Lúcia Venancio Gaspar
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