Série de palestras abordou problemas comuns ao universo escolar, como bullyng, segurança e sexualidade

Com o objetivo de potencializar o conhecimento e a capacidade dos profissionais da área pediátrica em temas relacionados à segurança escolar, o 38º Congresso Brasileiro de Pediatria organizou a formação "Fortes demandas para o pediatra e a escola". A palestra se dividiu em três momentos. No primeiro, dr Abelardo Bastos Pinto (RJ) abordou tópicos relacionados ao bullyng. Na oportunidade, foram destacados os alvos do problema, os principais sintomas (timidez e  baixa estima) e o comportamento dos autores (agressividade com a família, temperamento explosivo com os colegas e notável evasão escolar).

Dr. Abelardo acredita que se a prática de bullyng causa o sofrimento de crianças e adolescentes, mas seu enfrentamento depende do envolvimento dos pais. "A participação dos familiares e da escola possibilita a identificação do bullyng de forma mais concisa. Porém, quando não há esse viés é preciso trabalhar bem esse aluno, a relação dele com os pais, observando todo o tipo de reação dos envolvidos, fortalecendo vínculos entre todos", justificou.

A pediatra Rita Araújo (PE) ressaltou a importância de uma palestra que trate de temas como esse. "Tenho vários pacientes que se encaixam neste perfil, possuem exatamente esse problema. Foi interessante alinhar conhecimentos, pois as consequências são devastadoras quando não há acompanhamento", disse.

No segundo momento da formação, o palestrante, dr. Danilo Blank (RS), destacou os pontos referentes à violência e aos acidentes envolvendo crianças e adolescentes. Foi abordado, por exemplo, causas de risco no trânsito, uma zona de risco pois grande parte das crianças são pedestres que não andam acompanhadas de adultos.

Para ele, algumas adversidades relacionadas aos acidentes e à própria violência são resultantes de fatores socioeconômicos, sendo conteúdos muito complexos e que dependem de questões implicadas ao contexto social dos episódios. Dentre eles, estão a desigualdade e a falta de educação e de formação moral no âmbito comunitário."

A base da pirâmide de causas da violência é a ignorância, a falta de conscientização, a negligência, etc. Nosso papel, como pediatras, é buscarmos o engajamento das comunidades para ajudar as pessoas, pois só assim haverá progresso", falou dr Danilo Blank.

Finalmente, a formação foi concluída com uma exposição sobre o tema sexualidade, que teve como expositora dra. Lilian Day Hagel (RS). A palestrante caracterizou a experimentação, a liberdade, a curiosidade e o interesse de testar os próprios limites como elementos iniciais da sexualidade no adolescente. Para dra. Hagel, é necessário cautela para abordar sexualidade com os filhos. "Os pais precisam deixar que as crianças conheçam seu corpo, e é extremamente importante que todas as perguntas sejam respondidas de forma adequada e técnica", finalizou.