Setembro foi o mês escolhido para intensificar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, representado mundialmente pelo símbolo do laço dourado. Por isso, com o objetivo de trazer esclarecimentos sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar a nota especial “Setembro é dourado - A Sociedade Brasileira de Pediatria é parceira nesta causa”. Vale destacar que, atualmente, cerca de 80% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados pediátricos com protocolos cooperativos.
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Elaborado pelo Departamento Científico de Oncologia da SBP, o material destaca alguns pontos importantes a respeito do assunto, como a incidência do câncer infantojuvenil no Brasil e no mundo; fatores que aumentam o risco da doença; tipos mais frequentes; principais sinais e sintomas de alerta; como é realizado o tratamento; e chances de sobrevida para crianças e adolescentes.
PANORAMA - O câncer infantojuvenil consiste em um conjunto de doenças que apresentam características próprias, em relação à histologia e ao comportamento clínico. Na maioria das populações, esse tipo de câncer corresponde de 1% a 4% de todas as neoplasias malignas. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) estima que, no mundo, 215 mil novos casos novos são diagnosticados ao ano em crianças menores de 15 anos, e cerca de 85 mil em adolescentes, entre 15 e 19 anos. No Brasil, os óbitos por câncer entre crianças, adolescentes e adultos jovens correspondem à segunda causa de morte, embora esse padrão se diferencie de acordo com a região.
Segundo o documento, os tipos histológicos mais frequentes nessa faixa etária são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. A prevenção do câncer pediátrico raramente é possível, porém a SBP preconiza que o pediatra tem o papel de orientar em relação aos fatores de risco na vida adulta. São destacadas algumas recomendações, como a proibição do hábito de fumar; alimentação adequada, incluindo aleitamento materno, que protege as mães contra o câncer de mama, ovário e de útero, e as crianças contra o sobrepeso e a obesidade; manutenção de peso adequado; entre outras.
DIAGNÓSTICO PRECOCE - A nota enfatiza que, até o momento, não há evidências científicas sobre fatores de risco relacionados ao estilo de vida (ambientais) e são raras as alterações genéticas que propiciam o desenvolvimento de câncer infanto-juvenil. Para a SBP, o pediatra é essencial na orientação para o diagnóstico precoce e para o correto diagnóstico do câncer, visando melhorar a chance de cura, de sobrevida e de qualidade de vida para as crianças e adolescentes. Porém, é fundamental que essas etapas sejam realizadas em centro especializado em oncologia pediátrica, por equipe multiprofissional, individualizadas para cada tipo histológico específico e de acordo com o estadiamento clínico da doença.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde, a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária entre 0 e 19 anos é de 64%, variando nas diversas regiões do país, refletindo assim, possíveis iniquidades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento.
O Departamento Científico de Oncologia da SBP é composto pelos médicos drs. Denise Bousfield da Silva; José Henrique Silva Barreto; Cláudio Galvão de Castro Júnior; Ethel Fernandes Gorender; José Carlos Martin Córdoba; Luiz Gonzaga Tone; Mara Albonei Dudeque Pianovski; e Sidnei Epelman.
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