A iniciativa do Ministério da Saúde que determinava a retirada do pediatra da sala de parto acendeu uma discussão na comunidade médica. Desde a publicação do documento em consulta pública, em maio deste ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Mineira de Pediatria, com o apoio de outras entidades médicas, se mobilizaram para tentar impedir a medida. No documento proposto pelo governo consta uma série de orientações para profissionais da área da saúde sobre como devem agir na hora do parto.
Em manifesto divulgado em conjunto com a Associação Médica Brasileira e com a Federação de Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia, a SBP afirmou que as recomendações colocariam em risco a vida das gestantes e do bebê, além de afirmar que algumas das práticas sugeridas iam contra o que é realizado em outros países desenvolvidos.
Para a Sociedade Mineira de Pediatria, a medida se mostrava um retrocesso. Segundo a presidente da instituição, Raquel Pitchon, “o momento do nascimento é o momento que pode definir a qualidade de vida da criança a curto, médio e longo prazo”. “A falta de oxigenação e de uma atitude agressiva nesses casos pode determinar não só o aumento de mortes, mas também o aumento de sequelas”, completou a médica.
A SBP, com apoio das Sociedades estaduais, incentivou os pediatras e outros profissionais de saúde a participarem da consulta pública “Diretrizes de Atenção à Gestante: a Operação Cesariana”, divulgada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Nessa consulta, os profissionais se manifestaram contra a retirada do pediatra da sala de parto. De acordo Raquel Pitchon houve a mobilização também de “pais, mães, avós, de quem deseja ter filhos no futuro e todos que são ligados à luta pela melhoria das condições de saúde no Brasil, para que dessem suas opiniões”.
As estatísticas brasileiras mostram ainda que as chances de um bebê ter uma complicação durante um parto cesárea de baixo risco é de 10%. Porém, quando estas ocorrem, elas são graves e os profissionais presentes precisam tomar medidas rápidas e eficientes. “Nós consideramos que os enfermeiros e outros profissionais de saúde são essenciais para a melhoria e avanço das condições de saúde do Brasil, no entanto, na sala de parto em caso de dificuldade respiratória que a criança não responda a ventilação com ambú ela necessitará ser entubada. Esse ato só pode ser feito pelo médico e no caso o melhor especialista para atender o bebê é o pediatra”, afirmou a presidente da SMP.
Após pressões e críticas de entidades médicas de todo o país, o Ministério da Saúde anunciou, no fim de maio, a avaliação de mudanças no documento colocado em consulta pública, incluindo a remoção da norma que retirava os pediatras da sala de parto.
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