A Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj), com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e dos Conselhos Federal e Regional de Medicina (CFM e CREMERJ), promoveu uma caminhada na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ) para alertar a população sobre a necessidade urgente de mudança no sistema público de saúde para o tratamento e acompanhamento das cardiopatias congênitas. Atualmente, estima-se que cerca de 1% dos nascidos vivos terão essa anormalidade do coração, que se origina ainda no feto.
Com os dizeres “Cardiopatia Congênita, namore essa ideia”, médicos pediatras, cirurgiões cardíacos, pais, mães e familiares de crianças portadoras de cardiopatias congênitas, representantes da SBP e da Clínica Perinatal vestiram literalmente a camisa e chamaram a atenção de quem passava na Avenida Atlântica.
“Estamos aqui para lutar pela conscientização da cardiopatia congênita. Para que as pessoas saibam que criança também tem problema de coração e precisa ser tratada rapidamente. Porque o coração não espera. Uma vez com doença cardíaca, mesmo após o tratamento, o acompanhamento é pela vida toda. Queremos fazer o diagnóstico precoce, tratar adequadamente e acompanhar esses pacientes durante a sua infância, mas também na fase adulta”, afirmou a dra. Talita Nolasco Loureiro.
Participaram da caminhada, realizada no último domingo (17), a presidente da Soperj, dra. Isabel Rey Madeira, o 2º vice-presidente da SBP, dr. Edson Liberal, o conselheiro de medicina e também secretário-geral da SBP, dr. Sidnei Ferreira, além da presidente do Comitê de Cardiopediatria da Soperj, dra. Talita Nolasco Loureiro, o 1º secretário da SOPERJ, o membro da diretoria da SBP, dr. Claudio Hoineff, entre outros.
INDICADORES – Dados da SBP mostram que as cardiopatias congênitas críticas (CCC), aquelas que necessitam de tratamento imediato no nascimento, quando não tratadas, são responsáveis por cerca de 10% dos óbitos infantis e 30% de CCC recebem alta das maternidades sem o diagnóstico.
O Teste do Coraçãozinho, um exame simples, indolor e que é previsto em lei em diversos estados do Brasil (no Rio de Janeiro, Lei nº 6.350 de 30 de novembro de 2001), deve ser realizado ao nascimento com 24h e 48h de vida, antes da alta hospitalar, pois possibilita ao pediatra suspeitar de cardiopatia grave.
O ecocardiograma fetal também ajuda no diagnóstico precoce, ainda na fase intrauterina. Segundo os especialistas, o ideal seria que todas as crianças fizessem o ecocardiograma fetal, mas não é um exame disponível ainda no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o número de nascidos vivos no ano de 2017, obtido através do DATASUS, seria necessária a realização de cerca de 1.300 procedimentos corretivos. Contudo, foram realizados apenas cerca de 750 naquele ano.
Os pediatras acreditam que, ao melhorar o diagnóstico destas cardiopatias, haverá uma redução na morbimortalidade infantil. É preciso estar alerta aos sinais da criança, tais como: cansaço excessivo, dificuldade no ganho de peso, pele arroxeada (cianose), infecções pulmonares de repetição, para que elas não passem despercebidas.
(Com informações da assessoria de imprensa da Soperj)*
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