Soperj apresenta balanço de gestão à SBP e aponta conquistas e desafios dos pediatras do Rio de Janeiro

A Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj) apresentou à Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) um balanço das atividades realizadas pela filiada entre fevereiro de 2016 e agosto de 2017. O relatório traz a intensa agenda de compromissos concluídos pela diretoria da filiada, como reuniões entre o grupo gestor, participações em audiências públicas, entrevistas à imprensa local e a produção de conteúdo informativo para os canais de comunicação da instituição, além da organização e realização de eventos científicos voltados para os especialistas do Estado.  

“Temos trabalhado muito, de forma atuante e participativa, por meio de um canal direto de comunicação com os pediatras. A Diretoria de Ética e Valorização Profissional tem sido bastante presente, trabalhando em parceria com os Conselhos Federal e o Regional de Medicina, tanto na saúde suplementar e quanto nas questões de saúde pública”, destacou a presidente da Soperj, dra. Isabel Rey Madeira.  

O balanço resgata também a discussão dos Comitês de Reumatologia e Infectologia da Soperj sobre a Chikungunya no Estado, além de datas comemorativas como o Dia do Pediatra, a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) e a Semana da Criança, além de Congressos, Cursos Itinerantes e Simpósios sobre diversos temas ligados à saúde das crianças e adolescentes no Rio de Janeiro.  

No documento, é possível conferir a intensa agenda de compromissos da filiada. São diversos cursos em parceria com a SBP, como o de Aprimoramento em Nutrologia Pediátrica (CANP), de Suporte Avançado de Vida/Reanimação Pediátrica (PALS), Reanimação Neonatal (PRN), atualização em Neonatologia, entre outros.  

“Nossas atividades visam fortalecer o conhecimento do pediatra, uma vez que em nossa especialidade sempre surgem novidades. O conhecimento não está só na teoria, mas também na troca de experiências, na prática cotidiana, ou seja, os médicos que frequentam nossos eventos têm a oportunidade de adquirir novos conhecimentos”, destaca a diretora de Cursos e Eventos da Soperj, dra. Katia Telles Nogueira.  

O documento enfatiza ainda as ações e campanhas feitas pela Soperj, entre elas o Ato Público em Defesa da Criança Desparecida e o II Fórum de Tabagismo na Infância e Adolescência. “Participamos de inúmeras campanhas em prol da criança brasileira, sempre em parceria com a SBP, o CFM e o Cremerj, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Médica do Rio de Janeiro (Somerj), entre outras entidades”, comenta a dra. Isabel.  

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DIFICULDADES – Inúmeros obstáculos são enfrentados pela classe médica e os reflexos são notórios na assistência à criança e ao adolescente. Segundo a presidente da Soperj, o diálogo entre pediatras e gestores públicos tem sido difícil. Ela explica que, na saúde pública do Rio de Janeiro, o pediatra não tem mais lugar na atenção primária. Além disso, argumenta a dra. Isabel, a crise econômica e política brasileiras que assolam o Estado dificultam o relacionamento entre as empresas de saúde e os pediatras credenciados.  

Por este motivo, a atual gestão da Soperj tem como proposta a presença dos pediatras nos Núcleos de Apoio à Estratégia de Saúde da Família, utilizando a ferramenta do matriciamento, além das consultas pediátricas formais. No entanto, a presidente da Soperj critica a falta de diálogo por parte da Secretaria Estadual de Saúde.  

“Pelos gestores deste Estado, existe apenas o pediatra com área de atuação. E a assistência à saúde da criança tem ressentido brutalmente, como era de se esperar. Não só pela falta do pediatra, mas também de outras demandas de saúde, a exemplo do teste do pezinho – há muitos meses sem processamento – falha na atenção primária; das cirurgias cardíacas pediátricas – reduzidas drasticamente em número – falha na atenção terciária, dentre outras velhas e novas mazelas”, critica. 

LIDERANÇA – O integrante do Conselho Consultivo da Soperj e secretário-geral da SBP, dr. Sidnei Ferreira, acredita que “o patrocínio ético, a mobilização dos colegas e o caos instalado na saúde revoltam, cansam e dificultam a presença dos pediatras na vida associativa”. Para ele, essas são as maiores dificuldades enfrentadas para colocar em prática as ações propostas pela classe médica.  

Ele ressalta, no entanto, que a liderança e a atuação da filiada no tange às ações de melhorias no atendimento à criança e ao adolescente, bem como na educação continuada dos pediatras, tem sido fundamental. Para ele, a Educação Médica Continuada de excelente nível tem levado temas fundamentais da especialidade a outros municípios do Estado e mantido, em parceria com o Cremerj.  

Dr. Sidnei destaca ainda que outro ponto forte na liderança da Soperj são as reuniões e ações ligadas à Defesa Profissional e a atualização contínua com relação às normas emanadas do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde, além de normas científicas nacionais e internacionais. “Parabenizo a todos que trabalham pela Soperj, incluindo, além da presidência e diretoria, as comissões, grupos de trabalho, comitês científicos e os funcionários”, finaliza.  

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