Para auxiliar na formação dos profissionais de saúde que atuam na assistência de crianças e adolescentes, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte (Sopern), tem promovido de forma sistemática a qualificação de profissionais e estudantes da área da saúde para a realização da oximetria de pulso, mais conhecida como teste do coraçãozinho.
De acordo com a coordenadora do projeto e presidente do Departamento Científico de Cardiologia da Sopern, dra. Gisele Leite, apesar da Portaria nº 20 de 2014 do Ministério da Saúde instituir a obrigatoriedade do exame no Sistema Único de Saúde (SUS), como parte dos procedimentos de triagem neonatal, a aplicação na prática ainda não é uma realidade em todas as maternidades do País.
“A oximetria de pulso é fundamental para detectar precocemente se o recém-nascido possui alguma doença grave no coração. As cardiopatias congênitas matam duas vezes mais que os cânceres infantis e são a principal causa de morte dentre as malformações congênitas. Por isso, desde 2015, temos investido intensamente em treinamentos. Somente no primeiro semestre de 2019, cerca de 200 pessoas foram qualificadas em Natal (RN). Além disso, já iniciamos ações com especialistas de outros estados”, informou.
CAPACITAÇÃO – Em 18 de julho, o projeto promoveu a capacitação do dr. Demétrius Queiroz, pediatra que atua em diferentes cidades na região noroeste do Maranhão. As aulas teóricas e práticas foram ministradas pela dra. Gisele Leite, em conjunto com os estudantes de Medicina Gabriela Cunha Fernandes e Marcelo Marques Fernandes, no Hospital Universitário Onofre Lopes e na Maternidade Escola Januário Cicco.
“Muitos pediatras têm dificuldade para encontrar cursos destinados à habilitação ao teste do coraçãozinho em suas localidades. Há tempos que dr. Demétrius procurava uma iniciativa nesse modelo, por isso, decidiu vir até Natal (RN) para assistir às aulas e implementar o exame na assistência da sua região. Possivelmente, ocorrerão – sob supervisão do dr. Demétrius – novas capacitações à distância com outros especialistas do Maranhão”, explicou a coordenadora do projeto.
Ainda segundo dra. Gisele Leite, a dificuldade de acesso ao teste do coraçãozinho, especialmente em cidades do interior, representa uma barreira para a redução da mortalidade infantil no Brasil. “O diagnóstico das cardiopatias congênitas deve ser feito na maternidade, antes da alta hospitalar do recém-nascido, de preferência nas primeiras 24/48 horas de vida. Caso contrário, a criança terá mais dificuldades de reverter agravos e pode ir à óbito. Infelizmente, as doenças cardíacas ainda são a terceira causa de morte no período neonatal”, explicou.
AVASUS – Devido à necessidade de expandir a capacitação para outros pontos do Brasil, a Secretaria de Educação à Distância (SEDIS) da UFRN, em parceria com o Ministério da Saúde, está elaborando plataforma de treinamento online denominada AVASUS. O serviço será lançado até o fim do ano e tem como objetivo qualificar profissionais e estudantes. Por meio de aulas à distância, eles serão treinados para a realização da oximetria de pulso, bem como propiciar o início de uma linha de cuidado à criança cardiopata nas localidades onde se conseguir a implementação do teste.
Os interessados em obter mais informações sobre o AVASUS ou em realizar os cursos presenciais devem encaminhar e-mail para [email protected] ou entrar em contato com a secretaria da Sopern nos telefones 84 – 3211-4990 / 98728-9290.
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