Sucesso de público e intercâmbio de experiências marcam o 3º Congresso Catarinense de Aleitamento Materno

Cerca de 650 pessoas participaram nesta semana das atividades do 3º Congresso Catarinense de Aleitamento Materno, realizado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina com o apoio da Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP), em Florianópolis (SC). Idealizado pelo dr. Cecim El Achkar, membro da Coordenação de Saúde Suplementar da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o evento tem como objetivo transmitir conhecimentos práticos para pediatras e profissionais que trabalham diretamente na assistência, com foco no tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) 2018: Amamentação - Alicerce da vida.

Na ocasião, a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Luciana Rodrigues Silva, apresentou a palestra de abertura do Congresso, falando sobre o papel fundamental do pediatra no aleitamento materno. Em seu discurso, a presidente ressaltou a importância do engajamento em prol da promoção da amamentação exclusiva das crianças durante os seis primeiros meses de vida.

“É de suma importância a participação e colaboração de todos em favor dessa causa. Somente a partir do trabalho contínuo iremos atingir nossa missão de levar informação e conscientizar a sociedade em geral sobre os diversos benefícios preventivos que a amamentação proporciona, tanto para a mãe quanto para o bebê”, enfatizou.

De acordo com o dr. El Achkar, a formação dos médicos, no geral, ainda é focada na resolução de doenças e muitos não saber orientar mulheres que encontram empecilhos para realizar o aleitamento. “O Congresso vem justamente estimular a troca de experiências entre os colegas da área e suprir essa lacuna. O pediatra precisa entender mais sobre a avaliação de mães que amamentam e sobre como ajudá-las a superar suas dificuldades. Infelizmente, no Brasil, as fórmulas infantis ainda são muito utilizadas, o que é uma tendência totalmente equivocada”, explicou.

Segundo ele, o evento representa uma oportunidade única para que os pediatras conheçam o atual panorama do aleitamento materno, sob a ótica dos maiores especialistas do mundo. “Atualmente, a mulher exerce diferentes papéis na sociedade. Atua como empresária, dona de casa, trabalhadora e esposa. A maternidade acaba sendo mais uma função entre tantas. Como pediatras e cidadãos, devemos estar atentos a essas múltiplas necessidades das mães e fornecer a elas todo o nosso apoio, inclusive incentivando leis específicas para que a prática da amamentação seja incluída naturalmente na rotina das brasileiras”, concluiu.

PROGRAMAÇÃO – Com foco na discussão de casos clínicos e em abordagens práticas, a grade científica do primeiro dia de atividades apresentou temas como: alergia alimentar na mãe e a relação entre cólica e choro no bebê; influência da mídia e das redes sociais no aleitamento materno; a iniciativa Hospital Amigo da Criança: situação atual e perspectivas futuras; e ainda a mesa-redonda sobre dificuldades na amamentação.

Na quinta-feira foi ministrada uma série de conferências que debateu assuntos como: aleitamento materno e o novo guia alimentar da criança; cuidados com os recém-nascidos para que vivam 100 anos com saúde física e mental; papel do profissional da atenção básica no incentivo ao aleitamento materno; desmame precoce: causas e consequências; uso e abuso de fórmulas nas maternidades; política nacional de aleitamento materno; entre outros.

Houve ainda espaço para perguntas da plateia, depoimentos e discussão com os palestrantes, entre eles, a presidente do Departamento Científico (DC) de Aleitamento Materno da SBP, dra. Elsa Giugliani; o integrante do DC de Aleitamento Materno da SBP, dr. Roberto Issler; e a coordenadora das ações de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, dra. Fernanda Monteiro.