Em função das várias dúvidas sobre a indicação de suplemento de vitamina D para aumentar a imunidade e proteger crianças e adolescentes da COVID-19, o Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou uma nota para orientar os pediatras a respeito do tema. A publicação ressalta que, apesar das evidências confirmarem a contribuição da vitamina D na modulação do sistema imunológico, o papel protetor contra infecções respiratórias virais apenas tem eficácia em pacientes com deficiência acentuada desse nutriente.
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Conforme pontua o documento, os estudos já publicados foram realizados por metodologia de associação, o que não permite inferir causalidade. “O fato da deficiência de vitamina D ser encontrada em formas mais importantes de infecções respiratórias virais agudas não representa uma relação causal que indique essa reposição”, informa o texto.
QUARENTENA - Em pessoas normais, os depósitos corporais da vitamina D são suficientes para manter os níveis séricos adequados mesmo com exposição limitada à luz solar. As manifestações da falta do nutriente demoram várias semanas para se manifestar, por isso, não há indicação de suplementação nesse primeiro período de quarentena.
A reposição é recomendada apenas para aqueles indivíduos que tiverem insuficiência ou deficiência comprovada por exame laboratorial e para os pacientes com doenças que contraindiquem exposição solar, como o lúpus eritematoso.
O documento apresenta ainda o parâmetro diagnóstico de suficiência em vitamina D e o método mais recomendado para realizar a prescrição do tratamento, de acordo com faixa etária do paciente. Segundo o texto, o principal risco desse procedimento é a superdosagem, uma vez que a intoxicação por vitamina D pode causar sintomas graves, como náusea, vômito, poliúria, astenia, constipação, desidratação, nefrolitíase e confusão mental.
Por fim, a publicação indica que é possível garantir um aporte adequado de vitamina D durante a quarentena da COVID-19 por meio da exposição de braços e pernas ao sol, sem protetor solar, por cerca de 15 minutos ao dia. O período de maior intensidade dos raios ultravioleta B (UVB), que ocorre entre às 10h e 16h, deve ser evitado.
Mais informações atualizadas sobre o impacto da COVID-19 em pediatria estão disponíveis na página: https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/
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