Xenobióticos: SBP alerta para riscos do consumo de alimentos com compostos químicos

Para orientar os pediatras a respeito dos riscos associados à ingestão de xenobióticos, compostos químicos estranhos ao corpo humano, o Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou o documento de atualização “Xenobióticos: o que são?”. A publicação apresenta conceitos sobre a toxicidade promovida por esses agentes e métodos de prevenção para reduzir sua interação com o organismo de crianças e adolescentes.

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Conforme esclarecem os especialistas, os xenobióticos são produzidos pela natureza e indústria, podendo ser enquadrados em diversas categorias: pesticidas agrícolas, inseticidas, plásticos, produtos de limpeza e fármacos. Em contato com o corpo humano, esses agentes podem ocasionar desregulação endócrina e todas as consequências advindas dessa modalidade de alteração, entre elas, aumento no risco de obesidade, hipertensão, câncer e outras doenças graves.

“A ingestão de alimentos contaminados pode determinar o aparecimento de puberdade precoce, crescimento ósseo e câncer de fígado e pâncreas. Além disso, a retenção de xenobióticos pode gerar resíduos com toxicidade variável, causando lesões celulares decorrentes da produção de radicais livres e danos oxidativos”, pontua o texto.

PRINCIPAIS XENOBIÓTICOS – Pesticidas, aditivos de plásticos, aditivos alimentares, álcool, óleo mineral, conservantes a base de parabenos, formol, propilenoglicol, alumínio, cádmio, mercúrio e outros metais pesados constituem a lista dos principais xenobióticos. O consumo e preparo inadequado de alimentos, assim como o uso de cosméticos, constam como os principais vetores de contato com essas substâncias, que tendem a causar prejuízos em longo prazo.

Diante desse contexto, a SBP recomenda que pais e responsáveis permaneçam atentos e adotem as seguintes medidas para proteção da população pediátrica:

  • Evitar consumir produtos de procedência duvidosa quanto ao uso de pesticidas. Desconfiar de legumes muito grandes, pois podem ser resultado de adubação e estimulantes artificiais;
  • Evitar consumir em excesso produtos industrializados contendo aditivos, corantes, conservantes e edulcorantes artificiais;
  • Procurar sempre descascar as frutas, pois alguns resíduos de agrotóxicos repousam nas cascas;
  • Evitar o consumo de fígado e vísceras principalmente no primeiro ano de vida. Ao ingerir carne, retire toda a gordura e a pele. Nessas partes dos animais geralmente há maior concentração de resíduos químicos;
  • Evitar comprar alimentos embalados em plásticos e evitar o contato do filme plástico com o alimento;
  • Evitar ingerir bebidas quentes ou sopas em copos plásticos e não aqueça alimentos em embalagens plásticas; entre outras.

Segundo conclui o documento da SBP, a prática da pediatra deve reconhecer o impacto da alimentação saudável para o bom crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Por isso, torna-se fundamental investir em orientações nutricionais nas consultas de puericultura para auxiliar a família em melhores escolhas de cardápio. A atuação dos especialistas deve ter como foco a ingestão preferencial de alimentos frescos, com adequadas técnicas de conservação, higienização e preparo.