Cultura e Arte

Pioneirismo de quase três décadas

Técnicas, estudos e estratégias de tratamentos. Essas são algumas das ferramentas utilizadas por médicos em seu trabalho diário no acompanhamento de seus pacientes. Mas humanizar a Medicina, trazendo novos componentes, é fundamental, seja no processo de cura ou de cuidados paliativos. Pensando nisso, o pelo médico Paulo Fernando Barreto Campello de Melo, professor regente de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade de Pernambuco (UPE), idealizou o programa “A arte na Medicina às vezes cura, de vez em quando alivia, mas sempre consola”. O objetivo é humanizar a área da saúde com manifestações artísticas, além de ações terapêuticas, humanísticas e pedagógicas com pú- blico-alvo de várias faixas etárias, incluindo crianças e adolescentes.

Criado em 1996, o programa surgiu com diversos projetos, principalmente oficinas na quais os pacientes participavam de oficinas de música, teatro, fotografia, vídeo, grafitagem, entre outras manifes- tações artísticas populares, mas sempre com espaço para a apresentação de médicos, alunos e pacientes com dons artísticos, concertos de música e para contação de histórias na enfermaria. Segundo Campello, em artigo publicado no UOL, “arte é arma poderosa no trata- mento e na prevenção de doenças. Se você duvida, experimente”.

A arte estimula a produção de anticorpos, estimula o cérebro a fabricar substâncias que trazem calma, relaxamento e alegria e ainda ajuda na recuperação motora dos pacientes. “Dedilhar um teclado funciona tanto quanto movimentar cem vezes o dedo. E, para quem precisa de fisioterapia de vias respiratórias, tocar flauta ou pífano resulta tão eficiente quanto insuflar luvas. A diferença é que o tratamento com instrumentos fica mais prazeroso”, complementa um dos idealizadores do programa com outro professor da UPE, Wilson Freire.

A partir do sucesso do Arte na Medicina, foram inseridas na grade curricular da Faculdade as disciplinas “Arteterapia” e de “Saúde e Arte”, pelas quais já passaram mais de mil alunos que conseguem ter uma visão mais humanística da Medicina, ao conviverem com situações teatralizadas enquanto médico, paciente e familiar.

Fonte da foto: Site SBP