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para 19,4%. O problema ocorreu
principalmente na área urbana. De
acordo com a POF, há também uma
progressiva queda na desnutrição in-
fantil que, no entanto, não acabou e
convive com o aumento do sobrepeso
e da obesidade.
Quais os novos fatores de
risco?
O sedentarismo é significativo.
Falta atividade física adequada
inclusive nas escolas, e há o “ex-
cesso de tela”. São computadores,
telefones,
tablets
... e não se gasta
energia com joguinhos manuais...
Há também o excesso de comida
industrializada, desde os lanches
salgados, com grandes quantidades
de gordura e sódio, até o sorvete,
o chocolate, cada vez com mais
gordura e açúcar.
arterial, arteriosclerose. Impor-
tante também que o excesso de
peso sobrecarrega a articulação,
provocando lesões articulares,
principalmente no quadril e joelho.
Na parte respiratória, a obesidade
atrapalha a respiração, podendo
aparecer a Síndrome da Apneia do
Sono. A pessoa dorme mal, no outro
dia está cansada, sem ânimo para
ir à escola, para fazer atividade
física, acaba permanecendo em
casa e comendo mais. Há também
problemas dermatológicos, com-
plicações que podem começar na
adolescência e outras que vão se
manifestar na fase adulta jovem ou
depois. Outro exemplo de alteração
decorrente da obesidade é a doença
hepática gordurosa não alcoólica
do fígado.
Qual a relação entre a obesidade
e as doenças crônicas degenerativas?
A obesidade é uma doença crônica,
complexa, de etiologia multifatorial e
resulta em balanço energético positivo.
O seu desenvolvimento ocorre, na gran-
de maioria dos casos, pela associação
de fatores genéticos, ambientais e
comportamentais. Está relacionada
a complicações metabólicas, cardio-
vasculares, pulmonares, ortopédicas,
psicológicas e algumas formas de
cânceres decorrentes da obesidade na
idade adulta. A obesidade leva a várias
outras crises metabólicas.
Quais?
Há alteração da glicose que predis-
põe à Diabete Mellitus, do colesterol,
e esse com o triglicérides aumenta a
placa de dermatose, levando ao AVC
em idades mais jovens, à hipertensão
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Alguns comentários e recomendações*
Fase pré-escolar :
O comportamento alimentar é
imprevisível e variável. A quanti-
dade ingerida de alimentos pode
oscilar bastante e o prato favorito
de hoje pode não ser aceito ama-
nhã, ou um único ser solicitado por
muitos dias seguidos. É importante
observar o excesso de vitaminas por
essa seletividade. A criança passa
por uma fase de neofobia, negando-
-se a experimentar alimentos
novos. As refeições e os lanches
devem ser servidos em horários
fixos diariamente, com intervalos
suficientes para que sinta fome.
Comportamentos como recompen-
sas, chantagens, subornos ou cas-
tigos para forçar a criança a comer
devem ser evitados.
A criança nessa idade precisa
acumular um pouco de micro-
nutrientes para crescer mais nas
outras fases que virão. Terá um ga-
nho ponderal que será gasto com o
crescimento e a altura. Se tiver uma
alimentação errada, poderá engordar
muito e ficar com o que é denominado
“fome oculta”, com o organismo defi-
ciente de vitaminas, principalmente
a A, além do ferro, do zinco - os três
micronutrientes observados como os
menos consumidos pelo pré-escolar e
também nas outras faixas etárias. O
lanche deve ter uma fruta da estação
que seja fácil de comer e que a crian-
ça goste. Também é possível um suco
natural, mas a prioridade é a fruta,
juntamente com um bolo ou bolacha
sem recheio e derivados do leite.
Fase escolar:
Observa-se uma crescente indepen-
dência da criança, sendo o momento
em que começa a formar novos laços
sociais com indivíduos da mesma
idade e gosta de imitá-los. Costuma
modificar o seu hábito alimentar por
influência do meio, portanto, se tiver
conhecido vários sabores e alimentos é
mais fácil influenciar o colega do que
o contrário. Nesse período é comum
o consumo de alimentos ricos em
gordura, sal e açúcar, tais como
fast-foods
, salgadinhos, bolachas,
produtos panificados, bem como
o excesso de refrigerantes e sucos
artificiais nos horários de refeições.
A família precisa reforçar a alimen-
tação saudável com frutas, carnes
e verduras.
Tipos de lanches “energéticos”,
“construtores” e “reguladores”:
Energéticos: pães de farinhas
integrais, pão sírio e francês com
gergelim, bolos simples, biscoitos
doces e salgados sem recheios, barra
de cereais, geleia de frutas, mel.
Construtores: Queijo branco, ri-
cota e cottage, leite e achocolatados
em embalagem longa vida, iogurte.
Reguladores: Frutas frescas da
época, inteiras e higienizadas (ba-
nana, maçã, pera, tangerina, uvas,
morango, goiaba, pêssego, ameixa).
*Fonte: Dra. Virgínia Weffort