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ENTREVISTA
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Lanche Saudável
recomendado por
especialistas
Virgínia, como é
o novo Manual?
Um documento
dirigido aos pe-
diatras, para que
possam aprimorar
a orientação aos seus pacientes. Há
conceitos, informações teóricas e
também opções de cardápios com
pelo menos três exemplos de lanche
para cada faixa etária, desde o lac-
tente com seis meses de vida até o
adolescente de dezoito anos.
Como fazer um bom lanche?
No horário do lanche, a criança
precisa, em geral, comer uma fruta,
que vai proporcionar vitaminas im-
portantes, e ingerir algum alimento
calórico, que forneça energia. Há os
alimentos chamados “construtores”,
que fornecem as proteínas que na
primeira infância são os principais,
os “energéticos” e os “reguladores”,
que têm vitaminas e calorias. A ali-
mentação deve ser realizada a cada
três horas, sendo: desjejum, lanche,
almoço, lanche, jantar e ceia. Nos
lanches, é importante a ingestão
de frutas e de um carboidrato, que
muitas vezes são substituídos por
Lançado recentemente pela SBP, “Lanche Saudável - Manual de Orientação” é a mais nova
publicação elaborada pelo Departamento Científico (DC) de Nutrologia da entidade que,
em 2012, também reeditou o “Manual de Orientação (3ª edição revisada e ampliada)” e
o que trata especificamente da “Obesidade na infância e adolescência (2ª edição)”. Todos
estão disponíveis na revista SBP Ciência e na área do DC no portal da Sociedade. Leia,
a seguir, a entrevista com a presidente do Departamento, dra.
Virgínia Weffort
.
relevante também a ingestão dos ali-
mentos ricos em ferro e cálcio, uma
vez que os trabalhos têm mostrado o
aumento da anemia ferropriva e da
carência de vitamina D.
A OMS fala em “Epidemia Glo-
bal da Obesidade” em diversos pa-
íses. Qual é a situação do Brasil?
O IBGE mostrou que a população
brasileira está mais gorda: a Pesquisa
de Orçamentos Familiares (POF)
de 2008-2009 revelou um salto no
número de crianças de cinco a nove
anos com excesso de peso. O estudo
foi realizado ao longo de 34 anos, de
1975 a 2009. Em 2008-09, 34,8%
dos meninos estavam com o peso
acima da faixa considerada saudável
pela OMS. Em 1989, esse índice era
de 15%, contra 10,9% em 1974-75.
Padrão semelhante foi observado nas
meninas que, de 8,6% na década de
70 passaram para 11,9% no final
dos anos 80 e chegaram aos 32%
em 2008-09. A parcela dos meninos
e rapazes de 10 a 19 anos de idade
com excesso de peso variou de 3,7%
(1974-75) para 21,7% (2008-09), já
entre as meninas e moças o cresci-
mento do excesso de peso foi de 7,6%
D
ra.
sucos artificiais ou refrigerantes, sal-
gadinhos de pacote ou não e bolachas
recheadas. Todos esses são prejudiciais
à saúde, por aumentar a quantidade
de calorias e levar à obesidade e suas
complicações. É fundamental que o
pediatra esteja atento à alimentação da
criança. Como mostram os índices do
IBGE, a obesidade tem aumentado. É