Página 18 - SBP Consenso Cuidados Pele

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Consenso de cuidado com a pele do Recém nascido
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hipotônico. Uma vez na pele, o suor é evaporado e há a perda de 0,58 calorias para cada gra-
ma de água evaporada
(4,11)
. A sudorese neonatal é um processo complexo. O desenvolvimento
anatômico começa em estágio precoce da fase fetal e entra em funcionamento no final da sua
maturação.
Os neonatos demonstram sequência de regiões de maturação das glândulas sudoríparas. Co-
meça na região da fronte, depois no tórax, axilas e mais tarde nas extremidades. Portanto, a su-
dorese não é observada em crianças com extrema prematuridade. A aceleração da maturação
da sudorese como resposta aos estímulos ocorre alguns dias após o parto em recém-nascidos
prematuros
(1)
.
Os recém-nascidos requerem cuidados para manter a temperatura e evitar o estresse causado
pelo frio.
Ambientes aquecidos com a finalidade de diminuir a perda de calor causam aumento da su-
dorese pelas glândulas écrinas dos recém-nascidos. Muitas vezes, essa perda de líquido não é
percebida pelos cuidadores de berçários e unidades de terapia intensiva (UTI) neonatais
(17,18)
.
Microbiota da pele
Estudos realizados no líquido amniótico e no vérnix caseoso evidenciaram substâncias,
como a catelicidina, a betadefensina-2 e a alfadefensina que desempenhariam uma ação
de defesa imune inata
(14,15)
. A ação antibacteriana desses três peptídios (catelicidina, beta-
defencina-2 e alfadefencina) explicaria a escassa flora bacteriana encontrada nos bebês
(16)
.
Muitos estudos mostraram que não há relação entre as bactérias encontradas na pele dos
recém-nascidos e a flora vaginal da mãe. A colonização bacteriana, quando presente na
pele do recém-nascido, como a presença do Staphylococcus aureus na cabeça, virilha, área
periumbilical, e os difteróides, Escherichia coli, proteuse coliformes em área de períneo e
cordão umbilical, sugerem que a pele dos bebês é colonizada por contato com pessoas que
trabalham em sala de parto, berçários e membros da família (Tabela 3).
A colonização pelo Staphylococcus aureus nas fossas nasais anteriores das pessoas que
trabalham diretamente com os bebês é um fator de risco para a gravidade de infecção em
recém-nascidos. Mandel et al.
(19)
confirmaram em seus estudos que a grande maioria das
infecções de pele causadas pelo S. aureus eram superficiais, porém os abscessos cutâneos
causados por essa bactéria causam septicemia e bacteriemia.