Sociedades de Pediatria do Cone Sul debatem doenças não transmissíveis

Estimular hábitos saudáveis ​​desde a infância, promover uma adequada atenção pré-natal e perinatal, incentivar a amamentação exclusiva e a atividade física diária. Estes são alguns dos compromissos firmados pelas Sociedades de Pediatria que integram o Fórum das Sociedades do Cone Sul (Fospecs), dentre eles o Brasil, durante reunião realizada na última semana. O encontro teve …

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Representantes das sociedades de Pediatria da América Latina reunidos no Fospecs.

Estimular hábitos saudáveis ​​desde a infância, promover uma adequada atenção pré-natal e perinatal, incentivar a amamentação exclusiva e a atividade física diária. Estes são alguns dos compromissos firmados pelas Sociedades de Pediatria que integram o Fórum das Sociedades do Cone Sul (Fospecs), dentre eles o Brasil, durante reunião realizada na última semana. O encontro teve como objetivo reunir experiências exitosas em prol da prevenção às doenças não transmissíveis em crianças e adolescentes. 

O coordenador do Grupo de Trabalho sobre Educação Física da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e também representante da entidade no GPEC (Global Pediatric Education Consortium), dr. Ricardo do Rego Barros, acompanhou as discussões e apresentou algumas das estratégias da pediatria brasileira para enfrentar os principais desafios da saúde no País. “Essa cooperação tem sido fundamental, não apenas para integrar as Sociedades da especialidade, mas também para refletirmos sobre as experiências positivas e negativas relacionadas ao desenvolvimento e à saúde infanto-juvenil”.

CONFIRA AQUI A DECLARAÇÃO DO FOSPECS SOBRE PREVENÇÃO DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Considerado um dos mais importantes espaços internacionais para discussão sobre temas relevantes ligados à saúde na infância, o Fórum deste ano ocorreu entre os dias 4 e 6 de maio, em Montevidéu, no Uruguai. Além do Brasil, participaram da edição de 2017 do Fospecs as Sociedades de Pediatria da Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

REFERÊNCIA INTERNACIONAL – Nos debates, que resultaram na formulação de documentos oficiais e que servirão de norte para adoção de estratégias locais e como argumento para gestões junto aos diferentes governos, a posição brasileira se sobressaiu pelos documentos científicos elaborados ao longo do último ano. Entre eles, destacaram-se o guia sobre Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital e o de Tabagismo: O Papel do Pediatra, que serviram de referência para a cúpula da pediatria na América Latina.

“Atualmente, também estamos desenvolvendo um manual nacional sobre atividades físicas. Acreditamos que, além da nutrição, é preciso estimular hábitos saudáveis entre as crianças e adolescentes e, por isso, anunciaremos em breve algumas recomendações aos pediatras sobre este aspecto”, antecipou dr. Barros.

USO MEDICINAL DA MACONHA – Outro documento elaborado durante o evento foi o posicionamento contrário à legalização da maconha. A este respeito, foi elencado uma série de malefícios do uso da substância em crianças e adolescentes. “A maconha não deve ser usada como medicamento. O uso medicinal da cannabis em pediatria está sob investigação e deve ser regulada com o mesmo rigor científico utilizado em outros medicamentos”, alertam os especialistas.

A questão é sensível, especialmente no Uruguai, onde o uso da maconha é legalizado. O grupo, no entanto, enfatizou que fumar ou ingerir a maconha é prejudicial para a saúde, com consequencias, muitas vezes, irreversíveis na saúde mental. “Os danos associados à maconha ocorrem com mais frequência em crianças e adolescentes e, particularmente entre aqueles que vivem na pobreza, aumentando o drama da desigualdade”.